quinta-feira, 20 de setembro de 2012

OEIRAS ‘É essencial preservar as casas saloias’


Exemplar em Terrugem de Cima está em risco

Um dos últimos exemplares das tradicionais casas saloias existentes no interior do concelho, situada na Rua Sete Chaves, Terrugem de Cima, na freguesia de Paço de Arcos, está em risco de descaracterização. Fernando Lopes, um dos responsáveis da Espaço e Memória –Associação Cultural de Oeiras, tem feito tudo o que pode para manter esta “casa torreada, de quatro águas, com telha de meia cana, beiral duplo e saqueado”, correspondente “ao modelo mais antigo e tradicional”, a salvo do reboco de cimento ou da demolição. Depois de vários alertas, voltou a chamar a atenção para o imóvel no âmbito do Orçamento Participativo (OP) em curso. Recentemente, recebeu da Câmara de Oeiras a informação de que a proposta passara à 2.ª fase de votação electrónica. Mas a aparente boa notícia continha uma parte menos positiva: “Relativamente à proposta 'Recuperação de casas de origem saloia de Oeiras', por si submetida, esta foi classificada como 'Viável com ajustamentos' visto que apenas se mostra viável o levantamento e inventariação da arquitectura popular (saloia) do Concelho de Oeiras, considerando-se que fará sentido a mesma ser equacionada no âmbito da revisão do Plano de Salvaguarda do Património Cultural Ambiental e Construído de Oeiras. A recuperação da casa na Rua das Sete Chaves não pode ser considerada viável no âmbito do OP uma vez que o imóvel é propriedade privada”. Apesar de satisfeito pela passagem à fase seguinte – a próxima votação decorrerá entre 1 e 21 de Outubro no ‘site’ http://op2012.cm-oeiras.pt/ – Fernando Lopes apela à Câmara para tentar ir mais além do que a simples inventariação de uma casa cujo valor patrimonial e histórico foi confirmado por vários especialistas. “A autarquia tem feito um esforço para requalificar e preservar casas no centro da vila, pelo que faria todo o sentido investir um pouco, também, nesta vertente das casas saloias, que fazem parte do património identitário do concelho e da região em que este se insere”, frisou ao JR. Na sua opinião, o facto de estar habitada e de ser propriedade particular não é motivo para impedir que o imóvel seja recuperado realçando as suas características arquitectónicas tradicionais. “Penso que nem seria preciso uma grande verba e até se poderia envolver privados no projecto, o qual, de resto, teria também uma preocupação social, tendo em conta as deficientes condições sociais e de habitabilidade que, aparentemente, ali se verificam”. “O essencial é preservar a memória das casas de origem saloia que também fizeram parte da paisagem arquitectónica e humana do concelho de Oeiras”, conclui Fernando Lopes, em jeito de repto a quem de direito.
Jorge A. Ferreira

Problemas acústicos na EB1 do Alto de Algés


Câmara avança com trabalhos até Setembro de 2013

Os problemas acústicos que no ano lectivo passado suscitaram múltiplas queixas de educadoras de infância, docentes e encarregados de educação na EB1/JI do Alto de Algés, bem como a falta de sombra no recreio do jardim-de-infância, são falhas que ainda não estão resolvidas no início da nova época escolar. Melhor parece ser a situação na EB1/JI de Porto Salvo, onde, segundo apurou o JR, durante o mês de Agosto foram colocadas placas de absorção de som em quase metade das salas de aula. Por resolver continua, no entanto, o problema da climatização, algo que a mera ventilação existente não tem resolvido de forma satisfatória. No caso da Escola EB1/JI do Alto de Algés, uma das bandeiras do mandato do actual executivo camarário e que foi inaugurada no ano passado, a falta de isolamento de som – que só existe na sala de música e no refeitório – provocou sintomas como “dores de cabeça, cansaço e dificuldade de concentração com reflexos na aprendizagem”, segundo relatos de vários intervenientes. Em Novembro de 2011, em carta dirigida ao Agrupamento de Escolas de Miraflores, três educadoras de infância referiam condições acústicas “péssimas em todo o espaço do edifício” do JI por falta de tratamento acústico. “Esta circunstância gera um eco permanente e provoca uma enorme dificuldade em ouvir e em ser compreendido. Uma simples gargalhada ecoa de forma tão intensa que parecem ser quatro ou cinco em simultâneo”, lê-se na missiva, enviada depois de alertas anteriores, feitos por pais e encarregados de educação junto da Câmara, não terem surtido resultado. Contudo, o defeito mantém-se. “É brutal a forma como o som entra a vibrar no ouvido, passados dois minutos
já só apetecia sair da sala polivalente”, relatou no início desta semana, Rita Antunes, mãe de uma criança que vai frequentar, pela primeira vez, o Pré-Escolar naquele estabelecimento. “E o pior é que este ano deixou de haver a sala do CAF [Complemento de Apoio à Família], pelo que, provavelmente, todas as crianças, após o período normal de aulas, vão ser colocadas nas duas salas polivalentes, onde este problema é muito notório”. Maria do Rosário Matos, membro da anterior direcção da Associação de Pais (que está demissionária desde o final do passado ano lectivo) confirma as queixas. “A reverberação sonora excessiva provocava cansaço nas crianças, que chegavam a casa com dores de cabeça e de ouvidos; os próprios professores escreveram uma carta a queixarem-se de que chegavam a meio do dia de trabalho muito desgastados”, disse ao JR. Um estudo encomendado pela Associação de Pais ao Instituto de Qualidade foi no mesmo sentido. “Eles concluíram que todas as salas sem excepção estavam claramente acima dos índices máximos previstos por lei”, informa Maria do Rosário Matos. Enviado o estudo à Câmara, “responderam que o empreiteiro não teria cumprido o que estava estipulado no projecto inicial”. No jardim-de-infância, além das deficiências acústicas, subsiste, ainda, a falta de sombra no recreio exterior, sujeito a altas temperaturas no Verão. A este propósito, as educadoras acima referidas referiam na mesma carta que as crianças “regressam das actividades no exterior bastante prostradas e queixam-se com frequência de dores de cabeça”. O JR contactou a directora do Agrupamento de escolas de Miraflores para perceber o ponto da situação. Fátima Rodrigues deu conta de que a falta de sombra está em vias de ser resolvido através da colocação
de toldos, para o que uma empresa da especialidade já se terá deslocado à escola. Quanto ao problema acústico, adiantou que a solução passa pela “colocação de placas no tecto”, uma medida que “se a Câmara a não fizer, tanto os pais, como o próprio agrupamento, com as verbas disponíveis, estão preparados para avançar”. Fátima Rodrigues lembrou, por outro lado, o alargamento da oferta no pré-escolar, de três para quatro salas, permitindo passar o acolhimento de 70 para 95 crianças. A respeito do mesmo assunto, a Câmara de Oeiras informou o JR de que “existe uma programação para desenvolver vários trabalhos, nomeadamente a resolução dos problemas de acústica que decorrerão até Setembro de 2013”, acrescentando que “algumas situações já foram corrigidas nas duas escolas”, referindo-se, também, à EB1/JI de Porto Salvo. Jorge A. Ferreira

Semana da mobilidade em Cacilhas


Dia Europeu Sem Carros assinalado com passeio de bicicleta entre Almada e Lisboa

Viagens a troco de lixo, passeios de bicicleta, caminhadas a pé, espectáculos e muitas outras actividades preenchem a Semana Europeia da Mobilidade que começou no dia 16 e terá o seu ponto alto no próximo dia 22 de Setembro com o Dia Europeu Sem Carros que, pela segunda vez, vai decorrer em Cacilhas. “Considerámos interessante voltar a esta freguesia onde em 2010 assumimos medidas permanentes que trouxeram mais-valias profundas a esta zona”, comenta Catarina Freitas, directora do Departamento de Estratégia e Gestão Ambiental Sustentável (DEGAS). Há dois anos a cidade de Almada recebia da Comissão Europeia o prémio da Semana Europeia da Mobilidade, destacando-se entre as 2221 cidades mundiais participantes, das quais 66 são portuguesas, precisamente pelas acções desenvolvidas na Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas. Previa já a pedonalização desta artéria, obra que foi inaugurada no passado mês de Julho. Esta rua histórica da freguesia será o centro das actividades deste ano. No dia 22 Almada e Lisboa vão ligar-se de bicicleta num passeio "Duas Margens, Duas Rodas", a partir das 15h30. O percurso, em ritmo de ver o que já se conhece mas com olhos de ver, tem início na estação de comboios Roma-Areeiro, em Lisboa, e inclui viagens gratuitas na Fertagus e nos barcos da Transtejo. O passeio de bicicleta, que inclui passagem pela zona verde do Alfeite, termina em ambiente de festa na artéria principal de Cacilhas. “Uma das melhores ruas da cidade”, classifica Catarina Freitas. Neste mesmo dia esta artéria recebe o Mercado de Rua onde se podem encontrar produtos de agricultura biológica ou de produção agrícola local, artesanato contemporâneo e regional ou produtos de comércio justo de todo o mundo. Realiza-se ainda a Feira do Vinil, vários concertos, animação de rua, a Volta dos Petiscos entre muitas surpresas. A semana dedicada à mobilidade e melhor qualidade ambiental termina às 21h30 com o Espectáculo Multimédia “Uma Rua de Histórias…”, com projecção na fachada no Centro Municipal de Turismo. Mas o encerramento da edição deste ano está reservado para a “Festa anos 80” com o DJ Paulo B.R.O.S. Como medidas permanentes da Semana Europeia da Mobilidade 2012, que tem como lema “Mobilidade na Direcção Certa”, fica o plano sobre logística urbana que oferece soluções para ruas dedicadas às pessoas e comércio, o ‘site’ “Almada Pedonal+Metro – Percursos a pé do MST para locais de interesse em Almada”, O Guia de Transportes Públicos e o percurso ciclável entre Cacilhas e o Parque da Paz.
Humberto Lameiras

CAPARICA Transpraia reúne apoios para renascer


Movimento de cidadãos defende viabilização do comboio turístico da Costa da Caparica

O ponto de partida do Transpraia “tem de voltar para a frente urbana da Costa da Caparica”. Esta é a vontade do movimento de cidadãos que no passado sábado se reuniu junto às oficinas deste comboio tradicional que há mais de meio século percorre a frente de praias entre a Costa da Caparica e a Fonte da Telha. “Temos de preservar o património local e o Transpraia faz parte da história da Costa e do concelho”, afirma Sandra Simões promotora deste movimento “apartidário”. Entretanto, o presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, que esteve presente neste acto público, afirmou ao Jornal da Região que ainda esta semana vai “pedir uma reunião com carácter de urgência à sociedade CostaPolis para debater o Transpraia”. Para António Neves existe solução para viabilizar este comboio turístico “desde que haja vontade da Câmara de Almada e do Governo – na pessoa da senhora ministra do Ambiente, Assunção Cristas”; ambas entidades accionistas do CostaPolis. Para o movimento “Vamos impedir que acabem com o TransPraia na Costa da Caparica”, foi “um erro deslocar o ponto de partida” deste comboio e o mesmo diz o seu proprietário, António Pinto da Silva. Mas após cerca de cinco anos a chamar a atenção das autoridades de que o Transpraia ia acabar por descarrilar na ruína, mostra-se “céptico”. No entanto, admite estar “sensibilizado” com o carinho que rodeia este comboio, mas alerta: “Não aceito que usem o Transpraia como aproveitamento político”. António Pinto da Silva não compreende a motivação que atirou o Transpraia para longe da vista dos turistas e interroga-se sobre o que impede que este possa ter ponto de partida junto à lota, ou mesmo em frente ao Hotel Costa da Caparica usando parte do espaço canal reservado para o Metro Sul do Tejo. Uma ideia coma qual o presidente da Junta de Freguesia pretende apresentar junto da Sociedade CostaPolis. “É essencial a coesão cívica e social para esta questão”, acrescenta António Neves. Aliás, o autarca lembra que a CostaPolis “tem cerca de 8 milhões de euros para investir até 2013, portanto, parte desta verba pode ajudar o Transpraia”. Ao mesmo tempo o proprietário deste comboio assume algum investimento, caso lhe seja restituída uma localização rentável. Curiosamente, enquanto por cá se parece esquecer o Transpraia, há quem venha de fora juntar-se ao movimento pelo património da Costa da Caparica. Conta António Pinto da Silva ter sido surpreendido por uma família portuguesa a viver em Inglaterra que veio dar o seu apoio em favor da continuação deste comboio. “Disseram-me que fazem parte de um grupo que defende os comboios tradicionais e vão divulgar a situação do Transpraia”. Quanto à petição a decorrer no Facebook já reuniu quase 1100 assinaturas, mas em papel Sandra Simões diz que já conta mais de cinco mil assinaturas, que serão entregues na Câmara de Almada e Ministério do Ambiente. Entretanto este movimento conta também com o apoio da Associação Gandaia, constituída para defender o património da Costa da Caparica, que para além de querer evitar o fim do Transpraia considera que este deve percorrer uma extensão de linha para além da frente de praias da Costa da Caparica. Lembre-se que antes do início das obras do Polis o Transpraia tinha o apeadeiro na zona de praia junto à Rua dos Pescadores, a artéria mais central da cidade da Costa da Caparica.
Agora está junto do Bairro do Campo da Bola, quase escondido atrás do pavilhão de um concessionário. 
Humberto Lameiras

terça-feira, 18 de setembro de 2012

SINTRA Ensino de excelência


Conservatório de Música de Sintra distinguido com Medalha de Mérito Municipal

A comemorar o 30.º aniversário de ensino oficial de música, o Conservatório de Música de Sintra foi distinguido com a Medalha de Mérito Municipal-Grau Ouro em reconhecimento pelo seu trabalho
de excelência no domínio da formação. A entrega da distinção teve lugar na passada quarta-feira, no Palácio Nacional de Queluz, numa cerimónia em que foi formalizada, ainda, a cedência de um edifício e terreno municipal para a construção de novas instalações da instituição. Criada em 1975, a Escola de Música Leal da Câmara viu reconhecidos os seus cursos pelo Ministério da Educação em 1982, sendo até hoje a única escola do concelho a possuir alvará para o ensino artístico especializado, tendo mudado a sua denominação, em 2007, para Conservatório de Música de Sintra-Associação de Música e Dança. Já distinguida pela Câmara de Sintra, em 1988, com a Medalha de Mérito Municipal-Grau Prata e com a Medalha de Mérito da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, em 2005, o galardão agora atribuído “é um reconhecimento da nossa actividade e, acima de tudo, uma honra constatar que o nosso trabalho é reconhecido pela comunidade e também pela Câmara de Sintra”, realçou Raquel Coelho, presidente da direcção da instituição. Segundo Marco Almeida, vice-presidente do município, “o Conservatório tem sabido cumprir, ao longo de mais de três décadas, uma missão de serviço público na área da cultura e, em particular, da música”, sendo uma “instituição que é uma referência local, nacional e também internacional com a presença em diferentes países”. Com sede na Rinchoa (Rio de Mouro), o Conservatório conta actualmente com 400 alunos, com uma oferta escolar que varia da Música para Bebés e cursos de Iniciação Zero (Pré-Escolar) e Iniciação Musical (1.º Ciclo) até aos Cursos Básicos e Secundários, com possibilidade de aprendizagem de diferentes instrumentos: bateria, bombardino, contrabaixo, clarinete, flauta de bisel, flauta transversal, fagote, guitarra clássica, oboé, percussão, piano, saxofone, trompete, trombone, tuba, trompa, violino, viola de arco e violoncelo.
Para além da actividade formativa em sede própria, a instituição colabora com escolas do concelho na promoção do ensino da música, através de apresentações musicais e sessões pedagógicas, além do envolvimento no âmbito das actividades de enriquecimento curricular, em escolas do 1.º Ciclo, em articulação com a Câmara de Sintra. A parceria estende-se ao projecto “Bolsas de Estudo”, dedicado a alunos que integram bandas filarmónicas e orquestras ligeiras e que pretendam aperfeiçoar os estudos musicais. Durante a cerimónia, que contou com a actuação da Orquestra de Cordas Juvenil e o Coro Leal da Câmara (a comemorar 20 anos em 2013), foi formalizada a cedência de edifício e terreno municipal, junto ao Centro Lúdico de Rio de Mouro, para construção das novas instalações da instituição. Para Raquel Coelho, “é um passo muito importante e significativo para o projecto das novas instalações. Podemos dizer que vamos começar agora um novo desafio, rumo à excelência”. Como investimento ainda por quantificar, “mas seguramente alguns milhões de euros”, as novas instalações devem ser uma realidade em 2017 e, para o efeito, o Conservatório de Música de Sintra conta com “a boa vontade de toda a comunidade, permitindo que este projecto possa unir as pessoas em torno da causa, do ensino artístico especializado”. Também Filipe Santos, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, se congratula com este novo desafio do Conservatório de Música de Sintra, “uma instituição de relevo que tem levado o nome do concelho de Sintra e de Rio de Mouro, em particular, por todo o nosso país e mesmo por essa Europa fora”. Para angariar fundos para as novas instalações, o Conservatório vai, entretanto, promover uma caminhada no próximo dia 30 de Setembro, a partir das 9h30, na Peninha, em pleno Parque Natural de Sintra-Cascais. As inscrições, mediante um pagamento de cinco euros, podem ser efectuadas, até esta quinta-feira, dia 20, através do ‘e-mail’ conservatoriodemusicadesintra@gmail.com ou directamente nas instalações da instituição,
situadas na Praceta das Amoreiras, n.º 6 (Rinchoa). 
João Carlos Sebastião

QUELUZ Ponte sem saída


Nova ligação entre Queluz e Amadora implica um investimento de cerca de 600 mil euros

Mais de três meses e meio após o encerramento da ponte do Lido, devido a um buraco na estrutura, a circulação entre Queluz e Amadora continua condicionada, dificultando o acesso ao IC19. A situação tem tendência para se agravar com o arranque do ano lectivo, devido ao aumento do tráfego na zona, próxima das escolas EB1 n.º 2 de Queluz e Secundária Padre Alberto
Neto. Os comerciantes desesperam com as quebras de facturação e parecem condenados a fechar portas. Após um primeiro anúncio de que uma nova ponte seria construída até meados de Setembro, o assunto voltou à baila na última sessão da Assembleia Municipal, realizada na passada quinta-feira. Fernando Seara revelou que a autarquia ai mesmo avançar com a construção de uma ponte alternativa, que implica um investimento de 600 mil euros. Apesar dos custos, a opção recaiu numa solução definitiva, em vez de uma provisória, "cujo custo diário seria
insuportável para a Câmara e para os munícipes". "Foram feitos todos os procedimentos: levantamento topográfico; articulação com o Exército; reuniões com a Câmara Municipal da Amadora, com delimitação de obra que cabe a Sintra e a que cabe à Amadora, porque implica uma redefinição do acesso à Amadora", enunciou o presidente da Câmara, dando conta que foi "desencadeado um ajuste directo de concepção/construção para a nova ponte". A ligação vai ser construída em terrenos municipais, cedidos aos Bombeiros Voluntários de Queluz, e militares. Em condições normais, a construção da nova ligação levaria cerca de dois anos a concluir. Embora sem querer avançar com uma previsão, Fernando Seara acabou por enunciar que espera que a obra possa ser concretizada "até ao final do ano". O edil respondia ao munícipe Miguel Couto que, após uma intervenção no início de Julho, voltou a interpelar o município sobre a resolução da situação do encerramento da ponte filipina. "Uma ponte que continua a ser essencial porque se trata da única entrada de Queluzem direcção ao Hospital Fernando da Fonseca", alertou o munícipe, já cansado das garantias, "tanto da Câmara de Sintra, como da Amadora, de que vão resolver o problema", mas sem que isso se traduza em intervenções no terreno. Durante o período
de férias, em que deveria estar a decorrer a construção da ponte alternativa, Miguel Couto enunciou que "houve um freguês que escreveu um cartaz a dizer ‘Vejam que as obras estão a correr muito bem’. E não está. Nada está feito...". Também Eugénia Louro interpelou o presidente da Câmara sobre a expectativa para a resolução do problema, que afecta quem circula na zona, mas também constitui uma ameaça sobre o comércio local. Bruno Araújo, proprietário de um café mesmo em frente à ponte filipina, é um dos empresários com ‘a corda na garganta’. "Vou ser obrigado a fechar o café sem ter culpa nenhuma", revela este empresário, preocupado se a situação continuar, por muito mais tempo, sem resolução. Interpelado pelo JR, nem consegue quantificar a quebra na facturação, mas olha para o lado e aponta para o encerramento de outros estabelecimentos comerciais. "Começo mesmo a perder a esperança", adianta Bruno Araújo. "Estou na expectativa, mas também não vou conseguir aguentar muito mais tempo", conclui. Sobre a dificuldade de circular na zona, vaticina que, a partir desta semana, a situação vai agravar-se. "A partir de 2.ª-feira (dia 17 de Setembro), é que vai ser o bom e o bonito, quando começarem as escolas, porque aqui há desde o 1.º Ciclo até ao 12.º ano", alerta Bruno Araújo. Desde o encerramento da ponte, os automobilistas são obrigados a dar "uma volta de dois a três quilómetros" em vez dos "50 metros da ponte", congestionando outras vias da Amadora. O presidente da Junta de Freguesia de Queluz, Barbosa de Oliveira, tem acompanhado o processo e conhece bem "todas as limitações e negociações" tendentes à construção da nova ponte. Uma ligação essencial para os queluzenses e para muitos munícipes de outras freguesias. "A zona norte do nosso concelho vem toda para Queluz para entrar no IC19". "Queluz está emparedada, só tem uma saída para o IC19 neste momento ou, então, tem de andar no interior da Amadora", lamenta o autarca, também preocupado com os prejuízos dos comerciantes locais "que estão a perder uma receita muito grande, com o negócio resumido às pessoas que moram na zona". Barbosa de Oliveira está preocupado com o agravamento da situação quando "chegarem as chuvas" e espera que rapidamente seja possível construir a ponte alternativa, desejavelmente até
ao final do ano. 
João Carlos Sebastião

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

MONTE ESTORIL Hotel Atlântico vai dar lugar a residências de luxo


A demolição já começou. O Hotel Atlântico, edifício de referência no panorama hoteleiro da década de trinta do Monte Estoril, vai dar lugar a uma nova unidade hoteleira de cinco estrelas e a 25 apartamentos com qualidade ‘premium’ e de grandes dimensões, numa intervenção que se estima durar cerca de dois anos. Atlântico Estoril Residence é o nome do projecto que pretende modernizar o Monte Estoril sem lhe tirar a nobreza de destino turístico. Prevista está também uma alteração na Avenida Marginal com a possível inclusão de uma rotunda em frente ao edifício do Atlântico Estoril Residense, com o objectivo de fazer fluir o trânsito da Marginal e facilitar as entradas e saídas para a nova unidade e também para o Monte Estoril. Os promotores (Porta da Frente e Christie’s) apostaram na recuperação do 'glamour' e do prestígio conquistados pelo octogenário Hotel Atlântico. “A equipa de arquitectos liderada por João Paciência encarregou-se de desenvolver uma proposta estético-criativa assente no conceito ‘Recriar uma Imagem, Reinventar um Espaço’”. O restabelecimento da tradição hoteleira, aliado à criação de unidades imobiliárias para residentes em permanência, foi o ponto de partida do projecto, revelam os promotores do empreendimento. Espaço e luz são os denominadores comuns aos 25 apartamentos
de luxo que vão ocupar os pisos superiores do edifício.  "As tipologias vão do T2 ao T5 e as áreas oscilam entre os 185 e os 405 metros quadrados”, explicam os promotores. Todas as residências desfrutam de amplas vistas para a orla marítima. Os residentes vão beneficiar da prestação integrada dos serviços do hotel e de todas as suas infra-estruturas (spa, restaurante, bar, piscinas, etc.). De acordo com os promotores, a unidade hoteleira de cinco estrelas “foi concebida para integrar todas as valências topo de gama indispensáveis num espaço turístico de alto luxo no século XXI”. “Nos dois primeiros pisos, entre várias áreas ajardinadas, para além do spa, existe um restaurante, um ‘coffee-shop’ e toda uma frente de quartos (T0), virada para o mar, com vista e acesso para a piscina exterior de água salgada. O piso cave acolhe as zonas técnicas de apoio a todo o edifício e os amplos espaços de estacionamento para os residentes permanentes e os clientes do hotel”, revelam. O presidente da Câmara de Cascais, em declarações ao  JR, disse que o novo projecto para o antigo Hotel Atlântico “é uma intervenção muito importante para Cascais. Permite requalificar a oferta hoteleira e turístico residencial e captar clientes com alto poder de compra que poderão beneficiar a economia local”. Carlos Carreiras realça ainda que estamos perante “um projecto com uma grande qualidade arquitectónica”. 
Francisco Lourenço