quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Saúde concentrada em Paço de Arcos

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Ponto final no Atendimento Complementar nas unidades de Linda-a-Velha e de Oeiras A partir do próximo dia 5, aos sábados, quem precisar de um curativo, injecção ou consulta de urgência, passa a ter um único local, em todo o concelho de Oeiras, para obter os serviços de que necessita. Com o objectivo de “uma utilização mais eficiente dos recursos humanos e materiais”, foi tomada a decisão de passar o Atendimento Complementar, que se realizava na extensão de Linda-a-Velha e no Centro de Saúde de Oeiras, para o Centro de Saúde de Paço de Arcos, mantendo-se o horário das 9h00 às 13h00. A medida foi tomada, recentemente, pela direcção do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeiras/Carnaxide, com a justificação de que o fluxo de pessoas no Atendimento Complementar – que, antigamente se efectuava aos dias da semana, fora do horário normal de expediente e, entretanto, ficou reduzido aos sábados – evidencia “uma diminuição contínua de utilizadores”. Algo como “10, 15 pessoas, em média”, garantiu ao JR Vítor Cardoso, director-executivo daquele ACES, considerando que a manutenção da situação tal como estava configurava “um desastre económico, um desperdício de recursos, uma gordura evidente”. Apesar dos avisos afixados, a medida ainda era desconhecida de muita gente quando, no passado sábado, o JR esteve nos dois núcleos de saúde afectados. E as reacções auscultadas não foram favoráveis, sobretudo pela falta de alternativas em transportes públicos para quem não tenha carro. Problema que também motiva alguma apreensão em juntas de freguesia contactadas pelo JR, embora se reconheça “racionalidade” na medida. Para os utentes, porém, o que não é racional é terem de apanhar um autocarro, um comboio e, ainda, o fantasmagórico (agora, talvez menos, aos sábados) SATU-O para serem atendidos naquele dia da semana. Foi essa a opinião partilhada por Américo Simões, de 74 anos, morador em Queijas, e que se deslocou à extensão de Linda-a-Velha (do Centro de Saúde de Carnaxide) para receber uma injecção. “Por acaso, uma pessoa amiga deu-me boleia de carro; caso contrário, teria de ir até Caxias de autocarro, aí apanhar o comboio para Paço de Arcos e, depois, o SATU-O ou ir a pé por ali acima”, antecipou, concluindo: “Sobretudo se uma pessoa estiver de muletas como eu, é muito tempo de viagem, muito incómodo e mais dinheiro gasto”. Inegavelmente, para os munícipes mais próximos da extensão de Linda-a-Velha e sem carro ou possibilidade financeira de usar táxi – uma franja, alegadamente, em número residual, segundo o ACES – a receita agora aviada para “manter a qualidade da assistência com uma utilização mais eficiente dos recursos humanos e materiais” não traz melhorias. “Claro que ir de Queijas para Linda-a-Velha é muito mais directo, basta apanhar um autocarro”, reconheceu ao JR António Rocha, vogal da Junta de Freguesia de Queijas. Embora admitindo que “o atendimento ao sábado já tinha poucos utentes”, aquele autarca veria com bons olhos uma resposta em termos de transportes para estes casos. “Na verdade, todo o concelho passa a ir para Paço de Arcos e nem toda a gente tem carro”, reforçou, convicto de que a Câmara de Oeiras “estará atenta ao problema”. A perspectiva é semelhante na Junta de Linda-a-Velha. “Claro que melhor não será para quem mora na freguesia e arredores, pois, sem carro, é preciso ir de autocarro para Algés, apanhar comboio para Paço de Arcos e o SATU-O”, antecipa Carlos Moreira, presidente da Junta de Freguesia, afirmando, porém, compreender a medida. Quase no outro extremo geográfico do concelho, no Centro de Saúde de Oeiras, a notícia do fim do Atendimento Complementar – facto ainda desconhecido por muitos dos utentes, conforme se apercebeu o JR nos dois locais alvo da medida – também teve críticos. Ao contrário do congénere de Linda-a-Velha – onde em apenas cerca de meia hora, o JR viu entrar, pelo menos, uma dezena de utentes – a unidade localizada na sede do município estava quase deserta. A excepção era o casal Guerra. Maria Francelina, de 85 anos, tropeçara, na noite de véspera, num buraco da calçada perto de casa e os efeitos ficaram bem visíveis numa das suas pernas. Pela manhã de sábado, com o marido, pôs-se a caminho do Centro de Saúde de Oeiras. Sem carro próprio, pagou “quase quatro euros” por um táxi, mas no regresso, mais tranquila quanto ao ferimento, fez o sacrifício de voltar a pé para casa (nas proximidades da estação da CP de Santo Amaro de Oeiras). “Gastar oito euros num táxi é um luxo a que não nos podemos dar”, sublinhou o casal, lamentando o encerramento daquele centro de saúde aos sábados. Apanhando comboio para Paço de Arcos, mais o SATU-O, “perde-se muito tempo, indo de táxi fica muito caro”, antecipam. Restaria a hipótese do Combus, mas o casal afirmou desconhecer ligação e horários...

Primeira fase do IC32 está quase pronta

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Deputados do PSD garantem conclusão da obra. ER377-2 vai esperar por melhores dias As obras do IC32 “vão continuar”. A garantia foi dada esta segunda-feira pelo deputado à Assembleia da República Nuno Matias, durante uma visita dos parlamentares social-democratas eleitos pelo distrito de Setúbal, ao concelho de Almada. O também vereador do município almadense chegou a adiantar que “em Novembro o primeiro troço” desta via, entre Casas-Velhas (Caparica) e Palhais (Charneca de Caparica), “será concluído”. Quanto à totalidade do IC32 (Palhais/Coina), “tudo indica que será inaugurado em Abril do próximo ano” fechando assim a Circular Regional Interna da Península de Setúbal (CRIPS). Com a visita a esta obra concessionada à Baixo Tejo, os deputados do PSD quiseram “deixar bem claro que as obras em curso são para concluir”. Como salientou Paulo Ribeiro, coordenador do grupo de deputados do PSD do distrito, “as obras em curso não estão postas em causa, pois são bastante importantes para o futuro da Península de Setúbal”. Para Nuno Matias, fica assim esclarecida uma obra que chegou a ser proclamada como estando em causa, depois do actual Governo ter anunciado alterações no modelo de gestão da Baixo Tejo. “O que vai existir é um modelo de gestão diferente que implica menos custos para o erário público”, afirma. A mesma sorte não vai ter a construção da Estrada Regional 377-2, uma via que Nuno Matias considera “estruturante para o programa Polis da Costa da Caparica” mas que, uma vez que ainda não tem obra iniciada, “não vai avançar já”. O deputado e vereador do PSD de Almada voltou a afirmar que esta via, que irá libertar o trânsito do centro da cidade da Costa da Caparica, “é perfeitamente conciliável” com o território das Terras da Costa e a actividade agrícola ali existente, mas a sua construção “vai ter de ser recalendarizada”. Ou seja, perante “a condição económica e financeira grave do país, entende- se que o Governo assuma que não pode executar, para já, algumas obras”. Mas, ao mesmo tempo, o deputado Nuno Matias defende que “assim que houver condição financeira, a construção Estrada Regional 377-2 tem de avançar”. PSD exige Loja do Cidadão Entretanto, no passado dia 19 de Outubro, os deputados do PSD do distrito de Setúbal enviaram à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, algumas questões sobre a abertura da Loja do Cidadão em Almada. No documento dirigido ao ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, pretendem saber “que diligências foram encetadas pelas diversas entidades para que a Loja do Cidadão de Almada seja uma realidade?”. Do mesmo modo querem saber no quadro de competências e responsabilidades dos diversos agentes envolvidos, “seja da Administração Central, seja da Câmara Municipal de Almada, que procedimentos, intenções ou garantias foram apresentadas?”. Lembram os deputados social- democratas que a experiência das Lojas do Cidadão, iniciada em Lisboa e Porto em 1999, permite aos cidadãos terem acesso a uma larga gama de serviços públicos e privados, experiência que “permitiu agora estabelecer objectivos mais ambiciosos”. No mesmo documento, referem que “tem sido público que o Governo pretende levar a cabo uma expansão estratégica e coerente da rede das Lojas do Cidadão e que propõe novos modelos de atendimento”. E no caso do concelho de Almada referem que há muito que é defendida a importância da criação de uma Loja do Cidadão neste concelho, que é dos mais populosos do país.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

RESTAURANT WEEK Convite a saborear o requinte

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Refeições ‘económicas’ em estabelecimentos ‘gourmet’ e de luxo É uma espécie de bofetada na crise, mas com luva branca e bons modos que estamos em ambiente fino. Entre 3 e 13 de Novembro, cerca de 30 restaurantes de luxo situados no concelho de Cascais convidam a população em geral a bater o pé à austeridade e a deliciar-se com ementas ‘gourmet’, sensivelmente, a metade do preço: por 20 euros, é possível usufruir de entrada, prato principal e sobremesa (as bebidas são à parte), incluindo já um euro, em jeito de gorjeta, que será canalizado para ajudar instituições de solidariedade social, concretamente o Movimento Mulheres de Vermelho e a CrescerSer – Associação Portuguesa para o Direito de Menores e da Família – Casa da Encosta, em Carcavelos. O desafio é lançado no âmbito do “Restaurante Week”, projecto nascido em 1992, em Nova Iorque, e que hoje em dia se realiza em mais de 100 cidades em todo o mundo. Em Portugal, a estreia foi em 2009, na capital, tendo-se alargado, entretanto, ao Porto e a Loulé. Com o apoio da Fundação Cascais e da respectiva Câmara Municipal, o evento, organizado pela Sabor do Ano (empresa de certificação de qualidade gustativa), procurará agora na vila de Cascais repetir os resultados obtidos nas outras localidades e que se traduzem, segundo a organização, no reforço dos negócios da restauração, aumento da cultura gastronómica entre a população, valorização dos projectos de responsabilidade social, dinamização das cidades e do turismo em geral. Para lá chegar, o projecto pretende “democratizar” o acesso a este tipo de oferta, na esperança de criar novos hábitos de consumo entre os habituais frequentadores de restaurantes. “Pretende-se propor novas opções para os gastos quotidianos das pessoas, fazer pensar se não será melhor evitar gastar, tantas vezes, 15 ou 20 euros em restaurantes sem valor em termos de cultura gastronómica, e apostar numa experiência única, que até poderá não ser para repetir muitas vezes, mas que será, decerto, muito mais gratificante e memorável”, salientou ao JR Rui Amaral, director-geral do certame, confiante de que a crise não trará amargos de boca à estreante edição de Cascais. “Os números têm vindo a crescer!”, sublinha. Afinal, esta é “uma oportunidade rara” para aceder a salas de refeição marcadas pelo luxo e/ou pela criatividade da sua cozinha.Ainda assim, com um variado leque de escolha em termos de ambientes, desde os mais informais e modernos (com aposta em espaço ‘lounge’ complementar e música ambiente jazzística) até aos que não abdicam de um serviço vincadamente formal, à moda antiga. Em comum, a alta qualidade de produtos e do seu manuseamento até chegar à mesa, para além do atendimento profissional. Da lista de restaurantes aderentes fazem parte, entre outros, o Albatroz, Baía do Peixe – Baluarte, Casa Velha, Café de São Bento, Furnas do Guincho, Hemingway, Bougainvillea Terrace, Grill Four Seasons, Inevitável Steak Lounge, Jackpot, LuzMar, Miragem Restaurante Gourmet, OPescador, Paradigma, Peixe na Linha, Prazeres da Carne, La Terraza, 1Reijos, Terrassa Cascais, The Mix, The Oitavos, Visconde da Luz, Story, MonteMar, Zeno Louge, Porto Sta. Maria e Panorama. “Puxar pela cozinha de topo, posicionando Cascais como destino especial também nesta componente, alargando o seu acesso ao público em geral,mas reforçando, igualmente, a vertente dos almoços de negócios”, é um dos objectivos adiantados por Francisco Sousa, da Fundação Cascais. A lista de restaurantes foi elaborada com base em critérios de qualidade, segundo revela Rui Amaral, e após a visita de clientes mistério. Os parâmetros incluem avaliação do ‘staff’, os menus, a carta de vinhos, o serviço, loiça, o preço médio, ambiente em geral… “Não houve nenhum restaurante que tivesse sido reprovado no âmbito dessas visitas prévias do cliente- mistério”, salienta aquele responsável. As reservas para o “Restaurant Week” de Cascais já estão a ser aceites desde terça-feira. Para o efeito, os interessados podem contactar directamente o estabelecimento pretendido ou através do ‘site’ de reserva ‘online’ www.myta ble.pt, ou, ainda, do ‘site’ www.sabordoano.com.

Há cada vez mais jovens obesos

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Estudo realizado na Amadora revela números preocupantes sobre hábitos alimentares O número de crianças obesas no concelho Amadora é seis por cento superior à média calculada para a Região de Lisboa e Vale do Tejo, de acordo com os dados recolhidos pelo POPE – projecto lançado pelo Hospital Fernando da Fonseca (HFF), em parceria com a Câmara da Municipal da Amadora (CMA) e a multinacional Nestlé, que visa prevenção da obesidade infantil em meio escolar. Um resultado “preocupante” que tem de ser combatido com “o incentivo à prática desportiva”, considera Graciete Bragança, do serviço de pediatria do HFF e coordenadora do projecto. Há uma elevada percentagem de crianças da Amadora que não comem cereais, pão ou lacticínios ao pequeno-almoço (cerca de 12 por cento). As frutas e vegetais também são raros para uma quantidade significativa destas crianças (cerca de um terço) e os refrigerantes são a bebida por excelência. Conclusões do inquérito levado a cabo pelo HFF, em conjunto com os parceiros, num universo de cerca de 2500 crianças e respectivas famílias dos jardins-de-infância e escolas do 1.º Ciclo dos agrupamentos Cardoso Lopes, José Cardoso Pires, D. João V e Pedro D’Orey da Cunha. Este estudo está inserido no projecto lançado em Janeiro deste ano de combate à obesidade infantil nas escolas do concelho da Amadora, onde se tenta prevenir a obesidade infantil através da promoção de uma alimentação saudável e prática desportiva num contexto escolar. Ainda de acordo com os resultados do estudo, 38 por cento das crianças inquiridas encontram- se em excesso de peso, seis por cento acima da média calculada para Lisboa e Vale do Tejo através de um estudo nacional. “Os dados que obtivemos dão conta que há muitas crianças com uma alimentação deficiente, a par de hábitos sedentários, passando muitas horas em frente à televisão, sem praticar qualquer tipo de desporto”, afirmando Graciete Bragança, na semana passada, durante a sessão de apresentação dos resultados do primeiro ano do POPE. “A estratégia de intervenção deverá passar pela criação de estruturas na comunidade que permitam a prática desportiva”, avançou a responsável, acrescentando que “é importante que as escolas façam uma avaliação no início e no final do ano lectivo para saber o que mudou”. A vice-presidente da CMA, Carla Tavares, responsável pelo pelouro da Educação, lembrou que “em 2003, quando foi lançado o primeiro concurso público internacional com os nossos nutricionistas para a alimentação escolar, houve muitos pais a contestar as ementas porque preferiam que os filhos comessem,mesmo que fosse douradinhos ou salsichas”. A responsável adiantou que “é mais difícil educar os pais do que os filhos”, mas considerou “existir uma mudança de mentalidade ainda que insuficiente”. Motivos que levam a considerar “é necessário continuar este trabalho”. Este projecto de prevenção da obesidade pediátrica na escola é um programa que irá decorrer ao longo de seis anos.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

TAPADA DAS MERCÊS Unidade de saúde continua adiada

Ver edição completa Instalações estão prontas há cerca de dois anos A Unidade de Saúde Familiar (USF) da Tapada das Mercês continua no papel, quase dois anos após a conclusão das obras de adaptação de um imóvel, com acesso pelo n.º 40 da Rua Professor Rui Luís Gomes, onde funcionou o Gabinete de Apoio ao Munícipe e que chegou a acolher uma escola primária. Uma situação que merece a indignação da população e do presidente da Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins, Manuel do Cabo, que acusa a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) de passividade em todo este processo. "Os habitantes da Tapada das Mercês estão fartos das promessas feitas pela ARSLVT", acentua o autarca, que lamenta o adiamento da abertura das instalações, "prontas para entrarem em funcionamento". As instalações chegaram a ser visitadas pelo então ministro da Saúde, Correia de Campos, que, já nessa ocasião (em 2008), aludia "à premente urgência para a abertura das mesmas". Mas, desde então, não houve uma evolução a contento das necessidades da população da urbanização da Tapada das Mercês. "Passado este tempo, procederam-se às obras necessárias, equipou-se o espaço e, lamentavelmente, as instalações continuam de portas fechadas", lamenta o autarca de Algueirão-Mem Martins, que convocou a comunicação social, na manhã da passada sexta-feira, para dar conta do descontentamento em relação ao Ministério da Saúde. Para Manuel do Cabo, a solução passa pela abertura de concurso para o preenchimento do quadro clínico da USF da Tapada das Mercês, que permitiria a entrada em funcionamento do equipamento, "que dispõe de 15 gabinetes", e dotar 30 mil pessoas de profissionais de saúde na sua área de residência. O autarca exige que o problema seja resolvido em breve, até porque, em recente intervenção na Assembleia da República, o ministro Paulo Macedo anunciou que cerca de 60 USF estariam em condições de abrir portas. "Resta-nos ter esperança que a USF da Tapada das Mercês possa figurar nessa lista", reforça o autarca. Actualmente, os moradores da Tapada das Mercês são obrigados a recorrer a um centro de saúde com deficientes condições físicas e com os incómodos resultantes da deslocação ao centro da freguesia. A esmagadora maioria sem médico de família, dado o défice de profissionais de saúde. A denúncia da situação foi acompanhada por representantes de algumas instituições que trabalham de perto com a comunidade da Tapada das Mercês, assim como por elementos da comissão instaladora da Associação de Moradores. Armando Vasconcelos, coordenador da área de saúde e higiene, lamenta que as entidades oficiais continuem sem dar uma resposta à população da urbanização."Há uma dificuldade tremenda na área da saúde na Tapada das Mercês", lamenta este morador. Também o vice-presidente da comissão instaladora da Associação de Moradores, José Lopes, enuncia a premência da abertura da USF, até porque "a maior parte" da população não dispõe de médico de família. "A minha família está incluída nesse grupo que não tem médico de família. E as pessoas têm de ir para o Centro de Saúde de Algueirão-Mem Martins, de madrugada, para ver se têm uma vaga para uma consulta", frisa José Lopes. Morador na urbanização há mais de 30 anos, também José Esteves não tem médico de família há cerca de três anos. Uma unidade de saúde na urbanização seria "uma autêntica maravilha". "Toda a gente anseia por isso porque o Centro de Saúde está entupido", salienta este munícipe, que estima que "dois terços" dos 30 mil habitantes da urbanização não disponham de assistência médica. "Ansiamos que haja aqui uma unidade de saúde. A Administração Regional de Saúde tem de olhar para a Tapada das Mercês porque estas instalações são muito boas", reforça José Esteves. Autarcas e população continuam sem esclarecimentos da parte dos responsáveis da ARSLVT. Há cerca de quatro meses, na inauguração de instalações no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Algueirão-Rio de Mouro, o vice-presidente da ARSLVT, Luís Afonso atribuiu o atraso na abertura da USF a "algumas vicissitudes". "Havia um grupo de profissionais de saúde, que estava para ir para aquelas instalações, que entretanto desistiu, e que nos obrigou a remodelar as nossas orientações". Sem se querer comprometer com um prazo para a entrada em funcionamento, o responsável da ARSLVT apenas garantia que, "brevemente", seria efectuada uma reorganização ao nível do ACES Algueirão-Mem Martins e que a unidade de saúde da Tapada das Mercês seria aberta. Mas, até hoje, tudo continua de portas fechadas.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Redução de freguesias provoca tempestade

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PSD pondera eliminação de três freguesias Por cerca de 80 metros, Porto Salvo entra no lote de freguesias a extinguir por causa da distância à sede do Município (não tem, por uma unha negra, o mínimo de 3 km exigidos). A ela juntar-se-ia Paço de Arcos caso fossem definitivas as listas apresentadas pela Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) com base nos critérios do “Documento Verde da Reforma da Administração Local”, elaborado pelo Governo para mudar o mapa das autarquias em termos territoriais, de competências e até de estruturas políticas. Estas são as duas únicas “baixas” no concelho de Oeiras, mas não falta quem aponte pés de barro aos critérios que, alegadamente, sustentam esta reorganização territorial. “As tabelas apresentadas pela ANAFRE só olham um único critério – o da distância para a sede do município – quando há vários outros como a dimensão funcional, a produção económica, a identidade histórico- cultural...”, realça ao JR Nuno Campilho, presidente da Junta de Paço de Arcos, reforçando, por outro lado: “O Documento Verde não é uma posição definitiva, apenas um caminho a explorar, mas nunca através de uma apreciação minimalista”. A discussão em torno desta matéria ganhou maior premência desde o passado sábado, quando a Concelhia do PSD de Oeiras realizou as suas jornadas autárquicas propondo-se discutir soluções para reduzir o actual número de freguesias (4259). À partida, Alexandre Luz, presidente daquele órgão partidário, deu conta da ideia de uma redução de dez para sete, com base num critério achado por iniciativa própria: eliminar freguesias com menos de 10mil habitantes, o que atingiria Cruz Quebrada-Dafundo, Caxias e Queijas. Apesar da ressalva dos social- democratas de que se trataria apenas de pontos de partida para discussão e não de versões definitivas e da garantia de que haverá um esforço para encontrar "um consenso o mais alargado possível", as reacções surgiram de vários quadrantes. Para o PS, pela voz do líder da Concelhia, Marcos Sá, a discussão gerada pelo PSD “nos moldes em que ocorreu, é um acto de profunda irresponsabilidade e de populismo”. “O PS só estará disponível para alterações com base em respostas efectivas às necessidades dos munícipes de Oeiras e não por via deste tipo de metodologia”, adianta, apontando três premissas fundamentais: “A realização de um estudo independente por uma universidade que inclua a caracterização sociológica, os serviços prestados, as distâncias reais e as relativas aos transportes; uma proposta do executivo camarário com base nesse estudo; finalmente, a discussão pública em cada uma das freguesias”. Segundo Marcos Sá, “salta à vista que a Cruz Quebrada-Dafundo perderia muito em proximidade da população, que tem, de resto, evidentes fragilidades a nível social”. Quanto a Porto Salvo, por exemplo, “é preciso ver que a sua população aumenta muito com as pessoas que vão trabalhar para os parques tecnológicos existentes nessa freguesia, ou seja, o número de residentes pode não querer dizer assim tanto como critério”. Daniel Branco, deputado municipal da CDU, chama a atenção para a imprudência de tomar as tabelas da ANAFRE como acertadas. “Estão a ser mal interpretadas”, salienta. Sublinhando que aquela força política não tem uma posição fechada à partida, o essencial, indica, “é fazer o que ainda não foi feito: Se dizem que é preciso dar novas funções e competências às freguesias, então digam primeiro quais são e depois vamos ver quais as freguesias que têm condições para corresponderem”. De qualquer modo, faz notar, já há associações entre freguesias que nem se extinguiram nem se fundiram para poderem colaborar entre si. “No fundo, a ANAFRE tem uma frase muito acertada: não se defende a extinção ou agregação de nenhuma das freguesias a não ser que, por sua iniciativa, seja manifestada essa vontade”, diz Daniel Branco. “Sem esta base, ao contrário do que alguns dizem, há risco claro de se perder proximidade às populações e de estas perderem a sua identidade”. Em registo oposto, o CDS-PP vê com bons olhos “uma reforma profunda do actual modelo de organização das autarquias”. Em Oeiras, “essa reforma deve passar pela redução do número de freguesias, alterando-se as actuais dez para apenas cinco”, disse ao JR a deputada municipal Isabel Sande e Castro. “Existem demasiadas estruturas no Poder Local em Portugal e não faz sentido a persistência no nosso concelho de 10 assembleias de freguesia, algumas com 13 membros, mas outras com 19 elementos. Esta é uma reforma importante para uma redução de custos, mas que também pretendemos venha a melhorar a qualidade do serviço prestado”. Aquela deputada municipal defende que as novas estruturas – homogéneas e com dimensão suficiente para terem novas funções – poderão, assim, dar respostas muito mais céleres e libertar serviços da Câmara. “A título de exemplo, porque não são as juntas a emitir licenças para a colocação de um toldo e a instalação de uma esplanada? Ou até a assegurar a própria manutenção e limpeza do espaço público?”, propõe. Já quanto a “acabar com as juntas sede de concelho, mas manter as outras, entendemos não fazer qualquer sentido”. O JR tentou obter uma posição sobre o mesmo assunto da parte do Bloco de Esquerda e do próprio presidente da Câmara, Isaltino Morais, mas tal não foi possível em tempo útil de fecho desta edição.

Almada consegue reforço de segurança

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Ministro da Administração Interna garante aumento de efectivos A segurança no concelho de Almada vai ser reforçada com um aumento do número de efectivos das forças policiais. A garantia foi dada pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, na passada segunda- feira, em reunião com a presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa, e com o presidente da Assembleia Municipal, José Manuel Maia. Tal como o Jornal da Região noticiou em edição anterior, esta audiência foi pedida pelos dois autarcas na sequência dos vários assaltos, a lojas e residências, que ultimamente têm acontecido no concelho. “Apresentámos as nossas preocupações sobre a insuficiência de efectivos no concelho, principalmente da PSP no Laranjeiro e da GNR que é responsável por cerca de 80 por cento do território municipal e tem menos de metade dos elementos da PSP”, refere a presidente Maria Emília de Sousa. Segundo a edil, o ministro Miguel Macedo “mostrou estar bastante bem identificado com a realidade da segurança no concelho de Almada” e “houve coincidência sobre várias questões”.Daí ter ficado a promessa do reforço do efectivo de segurança, só não ficou decidido o número desse mesmo efectivo. Os autarcas aproveitaram para lembrar ao ministro da Administração Interna a necessidade de construir um posto da GNR na zona do Plano Integrado de Almada, uma reivindicação que a autarquia tem vindo a colocar há anos aos vários governos e recebido sempre como resposta o problema da “insuficiência de recursos financeiros, entre outros constrangimentos”. Mas, para a autarca, o grande constrangimento é ter uma zona do concelho extensa e onde convivem várias realidades diferentes. Num mesmo perímetro da freguesia da Caparica existe o pólo universitário que recebe mais de 10 mil estudantes e professores diariamente, vários institutos, empresa e zonas de bairros sociais. Neste momento, a segurança neste território é feita por agentes dos postos da GNR na Charneca de Caparica e Costa da Caparica, áreas também com grande extensão e diversidade de território e que no Verão recebem mais de oito milhões de visitantes. Numa reunião que Maria Emília de Sousa diz ter sido prolongada, com Miguel Macedo “bastante atento às nossas questões”, foi ainda referida a necessidade de reforçar o policiamento de proximidade e de meios para os agentes. O ministro “não deixou” aos dois autarcas “expectativas imediatas em relação à maioria das questões”, mas a edil ficou satisfeita coma disponibilidade do governante para continuar a acompanhar o dossiê da segurança no concelho de Almada. É que apesar de no concelho “não se poder falar numa situação catastrófica” em matéria de crime, esta “é, no entanto, uma questão de grande preocupação”, uma vez que o número de assaltos e de criminalidade violenta tem aumentado. Por isso, a edil diz que “têm de ser tomadas acções imediatas". Uma matéria que irá ser analisada pelo Conselho Municipal de Segurança.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Novo jardim-de-infância em Sassoeiros

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Equipamento tem capacidade para 50 crianças e representou um investimento que ascende a cerca de 600 mil euros Foi inaugurado, esta segunda-feira, o novo Jardim-de-Infância Conde Ferreira, em Sassoeiros, instalado na antiga escola primária local. O equipamento conta com duas salas e capacidade para 50 crianças. Inteiramente recuperado, o edifício, com 508,75 m2 de área de construção, representa um investimento municipal de 600 mil euros. A transformação para jardim-de-infância decorreu ao abrigo de um protocolo estabelecido entre a Câmara de Cascais e a Junta de Freguesia de Carcavelos. Além das salas, as crianças contam com espaço para actividades para a Componente de Acção Social Educativa (CASE), copa e refeitório, instalações sanitárias, sala de educadores, arrecadações e um logradouro equipado para as brincadeiras dos pequenos utentes. “O novo equipamento vai contribuir para colmatar a carência de vagas em jardins-de-infância da rede pública na freguesia de Carcavelos”, realçou a presidente da Junta de Carcavelos, Zilda Silva. “Nesta obra não houve trabalhos a mais que implicassem maiores custos”, salientou ainda a autarca. Na cerimónia de inauguração, o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, homenageou Conde Ferreira que, no século XIX, foi um dos grandes impulsionadores da escola pública, e lembrou que “esta é talvez, e não querendo intervir em seara alheia, a melhor forma de celebrar o Dia de Carcavelos, ao inaugurar um jardim-de-infância”. O edil salientou que “este equipamento vem reflectir o que queremos, que é dotar o concelho com um conjunto de respostas direccionadas aos mais novos e a todos aqueles que estão a fazer um percurso escolar. Este é dinheiro que faz parte dos nossos impostos e nós só o estamos a redistribuir”. “As crianças correspondem a 10% da nossa sociedade, mas são 100% do nosso futuro”, frisou o edil, adiantando que “mesmo nestes tempos difíceis, temos de definir bem as nossas prioridades quando se trate de gastar ou investir e temos feito uma gestão com rigor para gastar o menos possível e fazer o máximo possível”, disse, concluindo que “não podemos deixar para trás as áreas da Acção Social e a Educação”.