quinta-feira, 28 de julho de 2011

FÉRIAS NA REGIÃO - Almada

Aproveite o Verão para conhecer Monsaraz e o Alqueva
Em tempo de férias de Verão, porque não rumar um pouco mais para sul e visitar Monsaraz e o Grande Lago do Alqueva? No âmbito do “Monsaraz Museu Aberto”, está a decorrer a “Festa do Cante nas Terras do Grande Lago”. Assim, no fim-de-semana de 29 e 30 de Julho, terão lugar em vários locais de Monsaraz actuações de vários grupos destes típicos cantares alentejanos, tão apreciados não só pelos locais, como por todos os turistas que gostam de visitar o Alentejo e partilhar do que mais genuíno a planície alentejana tem para oferecer! Ainda em Monsaraz, estará patente ao público até 20 de Agosto, igualmente no âmbito da iniciativa “Monsaraz Museu Aberto”, a exposição de escultura do artista plástico Simon Benetton. É apenas uma questão de fazer as malas e partir à descoberta do Alentejo. Ar egião está bem apetrechada de bons hotéis (com destaque naturalmente para o turismo rural, sempre tão apetecível e genuíno) e belíssimos restaurantes.

FÉRIAS NA REGIÃO - Mafra

Reviver a época de Napoleão
Porque o Verão não é só praia, propomos que se faça à estrada, ainda que não tirando o litoral de vista, e descubra as nossas riquezas arqueológicas. Conhecer o património edificado por alturas das invasões napoleónicas é, aliás, a proposta da Câmara de Mafra que apresenta a “Rota Histórica das Linhas de Torres”. No Claustro Sul do Palácio Nacional de Mafra há um centro interpretativo, mas o projecto visa percorrer obras militares reconstruídas e recuperadas, não só no concelho de Mafra, como nos municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, que se constituíram na Plataforma Intermunicipal para as Linhas de Torres. Em Mafra foi possível estruturar um conjunto de circuitos de visita, representativos dos 42 fortes existentes no território concelhio: o Circuito da Enxara, o primeiro inaugurado na Rota Histórica (2008), integrando os Fortes da Enxara e a Serra do Socorro; o Circuito da Carvoeira (2009), estruturado na notável obra do Forte do Zambujal, com uma arquitectura única nas Linhas; o Circuito de Mafra (2009-2011), com a valorização do Forte do Juncal e o Centro Interpretativo; e o Circuito da Malveira (2011), centrado no Forte da Feira (na foto). Neste último poderá visitar uma fortificação em plena área urbana, representativa do grande conjunto de obras militares que foram construídas junto da Malveira e Venda do Pinheiro, verdadeiro “Nó das Linhas”. Situa-se na “Rua do Forte”, junto ao Estádio das Seixas, e o acesso encontra- se devidamente indicado por sinalética rodoviária. O extenso trabalho de arqueologia aqui desenvolvido permitiu pôr a descoberto estruturas complexas completamente ocultas. Destaca-se o paiol, estrutura subterrânea que foi escavada e reconstituída, sendo exemplar único na rota das Linhas. Aproveite esta fuga até ao Oeste e deixe-se ficar para uma noite de teatro, com toda a certeza inesquecível. “Memorial do Convento” é uma peça feita a partir do livro homónimo do Nobel José Saramago. Como imponente Palácio Nacional a servir de cenário, o que só por si já causa muito impacto, o espectáculo centra-se nas personagens e seus conflitos determinados na construção do Convento, símbolo do poder institucional, político e religioso. Pelo quinto ano consecutivo, a peça toma conta do Convento no Verão e já conquistou mais de 60 mil espectadores. A adaptação dramatúrgica é de Filomena Oliveira e Miguel Real. Para ver no Convento de Mafra, aos sábados, dias 30 de Julho, e 6 de Agosto, em duas sessões, pelas 18h00 e 22h00. Bilhetes de 10 euros (por cada bilhete oferta de uma entrada no Museu do Ar, na Base Aérea n.º 1).

FÉRIAS NA REGIÃO - Oeiras

Respirar Natureza e inspirar bons livros
Nos dias que correm, em que a linguagem fria dos números sombrios, a soma de sacrifícios e a diminuição de regalias, enfim, a chamada austeridade, ameaçam tomar conta do quotidiano, o contacto com a Natureza pode servir de eficaz antidepressivo. Mais ainda, se a ela juntar outro poderoso agente activo contra o conformismo: um bom livro pode ser um escape, mas também o detonador – muito temido desde tempos imemoriais pelos donos do poder – de mudanças interiores ou novas visões do Mundo que nos rodeia. E, nesse arsenal, a poesia ocupa um lugar de destaque. Por isso, neste Verão não se renda, "troike" as voltas à inevitabilidade e vá ao Parque dos Poetas inspirar-se nas palavras de esperança e reflexão deixadas por alguns dos grandes vultos da nossa literatura. Leia os poemas inscritos no pavimento da Alameda central e visite, em ambos os lados, cada uma das “ilhas” onde estão as estátuas de ilustres autores que marcaram o século XX. Se quiser assinale o momento com uma fotografia que as representações em pedra são de tamanho que ilustra bem o dito de Florbela Espanca: “Ser poeta é ser mais alto, é ser maior do que os homens!”. A ligação da vegetação e composição cénica de cada “ilha” com a obra do poeta foi uma regra que os autores do projecto procuraram cumprir. Outro exemplo claro é o local onde se encontra Vitorino Nemésio: a estátua tem corpo feito de ondas sobrepostas até à cabeça do escritor açoriano; em seu redor há três conjuntos de blocos de pedra negra, evocando os diferentes grupos de ilhas que compõem aquele arquipélago, e um caminho em pavimento liso salpicado de remendos, significando, talvez, as dificuldades no percurso… Vá aproveitando as sombras que aparecerem disponíveis, pois estas não abundam nos 12 hectares, já que várias das árvores existentes ainda não atingiram porte suficiente. Os conjuntos áridos de pedras, talhadas rudemente ou polidas, brancas e negras, dispostas na horizontal ou na vertical, que vão intercalando a subida da Alameda dos Poetas, podem aumentar a sensação de calor. Se correr uma aragem, é uma delícia passear lentamente, mas em caso de canícula vai apetecer correr pelo lado direito de modo a chegar depressa à Fonte Cibernética, um espelho de água com repuxos e efeitos de água refrescantes só de ver… Todavia, se puder, continue na senda dos escritores, pois há muitas estátuas para ver e poemas para ler no chão. A propósito de pedra… vem a calhar o poema de Miguel Torga: “O meu perfil é duro como o perfil do Mundo/ Quem adivinha nele a graça da poesia?/ Pedra talhada a pico e sofrimento/ É um muro hostil à volta do pomar”. Vá onde for, pode sempre descansar num dos muitos bancos de dupla direcção. Mas não desista de chegar ao topo da Alameda. Passe, ainda, por Fernando Pessoa, Alexandre O’Neill, David Mourão-Ferreira, Carlos de Oliveira, Camilo Pessanha, Mário de Sá-Carneiro, José Gomes Ferreira, Jorge de Sena, Natália Correia, Eugénio de Andrade, António Ramos Rosa, António Gedeão, Ruy Belo e Teixeira de Pascoaes. Sem perder de vista, porém, que o Parque dos Poetas inclui, ainda, um anfiteatro ao ar livre, uma parque infantil, e um polidesportivo. E que a sua 2.ª fase (30 milhões de euros) está em curso, no final da qual, o que existe hoje terá continuidade – do outro lado da estrada onde agora o espaço termina – em mais 15 hectares de jardim, nos quais ficarão imortalizados, em esculturas, 41 poetas, dos quais 30 portugueses e 11 de países de língua oficial portuguesa, pela mão de outros tantos escultores. Para além de várias estruturas alusivas ao mesmo tema, incluindo um Templo da Poesia e até uma “Ilha dos Amores”…

FÉRIAS NA REGIÃO - Cascais

Cascais reforça ligação ao mar
A forte relação de Cascais com o mar, desde tempos imemoriais, vai estar em destaque neste Verão. A Baía de Cascais vai assistir, de 6 a 14 de Agosto, à primeira etapa da America’s CupWorld Series, uma das mais importantes provas da modalidade e que promete um espectáculo nunca antes visto. "Vela, como nunca viu" é, aliás, o ‘slogan’ escolhido pela organização, que já garantiu a proximidade das regatas aos espectadores. Mas, o Verão em Cascais também passa pela Feira do Livro, no Jardim Visconde da Luz, até domingo, dia 31, e pela tradicional Feira de Artesanato da Costa do Estoril, que se prolonga até ao final de Agosto. No habitual recinto fronteiro ao Centro de Congressos do Estoril, bem perto do Casino, são muitos os motivos de visita, seja para apreciar verdadeiras obras de arte, seja para assistir ao vasto programa de animação. As noites de sexta-feira estão reservadas ao Fado, e por lá já passaram nomes como Cidália Moreira e Katia Guerreiro, mas outros ritmos prometem aquecer as noites. No próximo sábado, dia 30, pelas 21h30, actua Anabela, enquanto Herman tem espectáculo marcado para 6 de Agosto e Vitorino para o dia 13. A ligação marítima é retomada a 19 de Agosto, com o início das Festas do Mar que voltam a animar a Baía de Cascais. Espectáculos musicais, gastronomia e mostras de artesanato são os atractivos que prometem levar milhares de pessoas a Cascais até 28 de Agosto. A abertura estará a cargo da banda britânica James, no dia 19, cuja actuação será seguida de fogo-de-artifício. O espectáculo pirotécnico será replicado nas noites de dia 20, 21, 27 e 28. O cartaz musical inclui Amor Electro (dia 20), Ana Lains e Carminho (21), Deolinda (22), projecto Zeca Sempre (23), Aurea (24), Vanessa da Mata (25), Susana Félix (26) e Luís Represas (27). O encerramento, no dia 28, contempla uma homenagem a Tozé Brito, com a presença de vários artistas que eternizaram as músicas do compositor. As típicas tasquinhas com propostas gastronómicas para todos os gostos, diariamente entre as 12h00 e a uma da madrugada, vão animar o Largo Cidade Vitória (fronteiro à Junta de Freguesia de Cascais). Ainda na Baía e no Jardim Visconde da Luz, destaque para mostras de artesanato e produtos locais, com a presença de marcas como os Gelados Santini, Hot Dogs de Cascais e a FNAC que vai promover um conjunto de actividades de animação. A tradicional Procissão em Honra de Nossa Senhora dos Navegantes vai ter lugar no dia 28, a partir das 15h00, primeiro em terra e depois por mar, até à Guia, a bordo de engalanadas embarcações de pesca. A não perder!

FÉRIAS NA REGIÃO - Amadora

Aproveite o bom tempo para dar forma ao corpo e conheça o Parque da Boba
Para quem passa as férias em casa, nada melhor do que arranjar roteiros alternativos. Na Amadora, os terrenos da antiga lixeira da Boba, na freguesia de São Brás, servem agora para a prática desportiva, onde se privilegia a saúde e bem-estar. Este novo espaço, adaptado pela autarquia, caracterizado pelas urbanizações em volta, ganha cada vez mais adeptos. São vários hectares pertencentes à antiga lixeira da Boba que servem agora para a população, cada vez mais consciente dos benefícios da adopção de estilos de vida saudáveis, fazer exercício físico, correr ou mesmo caminhar. Existem dois circuitos. Para os mais corajosos, podem ser percorridos cerca de 2400 metros, já para quem esteja menos em forma pode optar pelo circuito de 2000 metros. Mas, para além dos dois circuitos de manutenção, o espaço dispõe também de uma zona de equipamentos que permitem exercícios de equilíbrio, alongamentos, tonificação e coordenação. Maria Rosa Bernardo, é uma das utilizadoras do espaço. Tem por hábito fazer o circuito, "a seguir ao almoço". "Em vez de ficar no sofá venho caminhar um pouco", revela. Reconhece ser muito importante “a criação destes espaços de lazer para a população”, acrescentando que “o concelho da Amadora tem uma grande oferta e as pessoas aderem”. No entanto, admite vir sempre acompanhada. "Nunca ouvi relatos de assaltos ou outro tipo de criminalidade, mas como o espaço é isolado, tenho um certo receio". O circuito está equipado com iluminação pública, permitindo a sua utilização a qualquer hora do dia. “Recomendo uma caminhada, em vez das pessoas se enfiarem dentro de um centro comercial”, acrescenta. João Armando Encarnação concorda com esta residente. Adepto de longas caminhadas, só lamenta que as pessoas não cuidem do espaço. “Ao longo do circuito vemos lixo espalhado e entulho o que é uma pena”. Este munícipe sugere: “A autarquia deveria colocar umas placas a proibir vazar lixo”. A nova zona de lazer foi aberta ao público em Setembro de 2009 e tem sido, gradualmente, melhorada. “Tem duas componentes distintas”, explica Gabriel Oliveira, vereador responsável pelo pelouro dos Espaços Verdes na Câmara da Amadora. “Existe uma zona com equipamentos de ginástica e um circuito de manutenção onde as pessoas podem caminhar ou correr”. O responsável afirma que “temos vindo a assistir a uma grande adesão por parte da população”. Promete, por isso, que “o objectivo da autarquia é o de criar uma circuito pedonal, ligando todo o concelho”. Uma medida que visa dar resposta “ao crescimento da procura, de forma a permitir criar uma rede entre os vários circuitos”.

FÉRIAS NA REGIÃO - Sintra

Eléctrico de Sintra... E o resto é paisagem
Aos mais antigos exercita a memória, aos mais novos excita as sensações, a todos agrada. O convite está feito: a frescura, o chiar metálico nos carris, a paisagem e a chegada à Praia das Maçãs para um almoço ou apenas um café com cheiro a maresia e a revivalismo, fazem do eléctrico de Sintra uma boa proposta para este Verão, com viagens regulares a partir da Vila Alda às sextas-feiras, sábados e domingos. Ah! E, ainda por cima, é barato. Numa tarde pintada de sol, o vermelho eléctrico n.º 6 parte apinhado de gente, deixando uns quantos na condição de peões mais algum tempo. A capacidade está esgotada: 32 lugares sentados, mais quatro em pé na retaguarda. Ir pendurado no estribo está fora de hipótese. “Às vezes, temos dificuldade em convencer alguns passageiros que essa actividade radical, sendo aliciante, não é aconselhável”, comenta Valdemar Alves, coordenador deste serviço de transportes, co-autor do livro lançado em 2004 para comemorar o centenário da linha e que, em 2009, tirou mesmo um curso de guarda- freio e pôs-se a conduzir o ‘pouca- terra’. Agora é, sobretudo, guia e contador de histórias sobre os veículos que marcaram diferentes gerações, vendo-se já bisnetos ao colo de alguns passageiros das primeiras décadas de actividade. Semeada em ambiente bucólico, não parecendo, a linha tem os seus riscos. Os primeiros quilómetros são propícios a embalar e aí “o guarda- freio não pode facilitar”. A velocidade recomendada é de 15/20 km, mas Valdemar lembra-se de um teste feito em meados dos anos 90, com um automóvel ao lado, que permitiu perceber que o motor dos pacatos carros movidos a electricidade pode chegar, numa recta em descida, a 108 km/hora… Não são, porém, para filmes de acção espectacular que estes veículos estão a ser recuperados, paulatinamente, pela Câmara de Sintra (dos sete carros motor e sete atrelados já retomaram a mobilidade quatro dos primeiros e dois dos segundos). É mais uma película à Manoel de Oliveira, mas com cenas pitorescas como a que acontece amiúde, às sextas-feiras e sábados de manhã, quando o ajudante do guarda-freio se torna, também, ajudante dos idosos que moram juntinho à paragem e que, nesses dias, religiosamente, vão às compras ao Mercado da Estefânia. “Pomos uns banquinhos para fazerem de degrau e num ápice damos o jeito e levamos os sacos até à porta de casa”, relata Valdemar Alves, com visível satisfação por este ‘mimo’ de serviço público. Ademais, trata-se de uma “linha muito sinuosa” e com troços onde há numerosas entradas e saídas para quintas e vivendas. Toda a atenção é pouca, até porque “muitos moradores saem de marcha-atrás, o que não ajuda nada”. Por via das dúvidas, vai-se mais devagar, o que, aliás, é bom para apreciar a paisagem. O eléctrico, aberto, apenas com cortinas de correr, permite ampla visão e dá tempo, inclusive, para corresponder aos acenos e às buzinadelas dos automobilistas que seguem na estrada. Isto antes de os carris se afastarem do asfalto, à entrada de Colares, e irem passar mais perto de quintas, “quase em cima de coelhos e galinhas”, oferecendo, também, vista privilegiada para algumas moradias, piscinas incluído – o que levou alguns dos inquilinos a erguerem barreiras… Ao surgir no horizonte o antigo apeadeiro de Colares – ao que parece, com projecto de recuperação na forja – Valdemar Alves lembra que este foi o primeiro ‘terminus’ da linha e era das paragens mais importantes. Entretanto, pelo lado esquerdo estende- se a Várzea de Colares, “terrenos fantásticos para agricultura” que, pelo que se tem visto, parecem destinados a voltar ao aproveitamento de outrora por força da crise… Mais uma curva e o eléctrico chega ao Banzão e à Adega Regional de Colares. No Pinhal da Nazaré constata- se porque se tornou esta uma das paragens mais importantes, cheia de passageiros graças ao hotel ali existente. Pouco depois, meta à vista. E com ela também a bandeira vermelha que é teimosa na Praia das Maçãs. A meio da tarde, os passageiros saem e vão animar o comércio local, afinal, um dos objectivos deste serviço de transportes. Por dois euros (adultos), apenas um (idosos com 65 ou mais anos) ou até gratuitamente (crianças até seis anos, desde que não ocupem lugar), aqui fica uma proposta refrescante para os quentes fins-de-semana que se avizinham.

VAMOS DE FÉRIAS

Este é o tradicional período de férias em Portugal e também nós vamos aproveitar para recuperar energias. Até ao nosso regresso, a 23 de Agosto, aproveite bem as sugestões que aqui lhe deixamos.

Jovem arquitecto propõe mais mobilidade

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“As cidades e empresas, que estão adaptadas às pessoas com mobilidade reduzida, são mais rentáveis do ponto de vista humano e económico”. A afirmação é do arquitecto Nelson Verdades, vencedor do Microcrédito Millennium que o BCP lançou por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Com os cinco mil euros do prémio, o arquitecto pretende aplicar a sua própria experiência de vida e abrir um gabinete direccionado para projectos que melhorem a mobilidade. Com 33 anos, Nelson Verdades desloca-se há 25 numa cadeira de rodas pelo que conhece todos os pequenos e grandes obstáculos que o meio urbano impõe aos cidadãos com dificuldade de mobilidade. “É vulgar que num dos lados da estrada o passeio esteja rebaixado e, do outro, não esteja”. Outro problema são alguns espaços públicos onde as pessoas são obrigadas a deslocar-se. “Quem está dependente de uma cadeira de rodas não pode, por exemplo, deslocar-se ao serviço de Finanças de Almada. O acesso é só por escada”, nota o arquitecto. “Os edifícios deviam ser pensados logo na origem para serem facilitadores de mobilidade, mas ainda hoje vemos novas construções que não consideraram esta questão, apesar de estar prevista em lei”, afirma Nelson Verdades. E quando se trata de edifícios públicos, “é ainda menos aceitável que não considerem acessos para cadeiras de rodas”. Na sua opinião esta “devia ser uma ideia banal, mas não é”. A proposta de Nelson Verdades, que reside em Almada, é precisamente ajudar a transformar, ou construir de base, edifícios que pensem em todos. Conjuntamente com três colegas da faculdade, vai lançar as suas ideias no mercado aproveitando as suas experiências. Para já vão restringir a sua área de trabalho a Almada, Seixal e Lisboa onde pretendem criar uma carteira de clientes. “A cidade de Almada está muito melhor em matéria de mobilidade, por exemplo: eu moro no Pragal, se não existisse o Metro Sul do Tejo não poderia deslocar-me sozinho ao centro da cidade”. Os riscos de lançar um negócio neste momento económico e financeiro crítico estão a ser ponderados por esta equipa de jovens arquitectos. O primeiro alvo para apresentarem as suas propostas, diz Nelson Verdades, “são as empresas privadas e públicas, depois vamos tentar chegar aos privados”. Isto com projectos que tanto podem ser readaptação de espaços, como pensar todo um edifício. Do mesmo modo está a ser ponderado onde irá funcionar a empresa. “Assim que houver condições para isso abrimos o gabinete, fisicamente, em Almada”. Mas enquanto o negócio não o permitir,os arquitectos vão experimentar outras opções. O certo é que, muito em breve, o gabinete terá o ‘site’ operacional que deverá ter por base o nome de Nelson Verdades.

‘Com ou sem troika haverá festa rija’

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Bairros da Pedreira Italiana e de Leceia requalificados Quem os viu e quem os vê... Os antigos bairros clandestinos de Oeiras vão ganhando outra dignidade – e até outro valor, patrimonialmente falando. “Já se vêem aqui casas muito bonitas!”, notou o presidente da Câmara, na passada sexta-feira, em plena Pedreira Italiana (Caxias), durante a inauguração de obras relativas à 1.ª Fase de Reconversão da zona C daquela Área Urbana de Génese Ilegal (AUGI). A juntar ao esforço dos moradores em melhorarem as suas casas, a autarquia vai fazendo a sua parte em relação aos espaços exteriores, no seu reordenamento, requalificação e infra-estruturação, incluindo a construção de equipamentos sociais, culturais e desportivos. A 1.ª fase de obras, agora concluída com a realização de novos arruamentos, decisivos para a mobilidade de peões e carros, teve o valor de 360 mil euros. A seguir, continuarão os trabalhos de construção de um caminho pedonal, dos actuais 80 metros para mais 150, até chegar ao largo que era o ponto de encontro principal no bairro, o qual, por seu turno, também será requalificado. Noutra zona, a do antigo parque infantil (entretanto, desactivado, mas que voltará a funcionar), passará um outro percurso que, vindo do centro cultural, irá ligar-se ao trajecto acima descrito. Mas a intervenção da Câmara na Pedreira Italiana – que também tem um recinto polidesportivo e uma unidade residencial – “não ficará por aqui”. E a última fase será mesmo a cereja no bolo: um parque urbano de cerca de 4 hectares, ao longo da Ribeira de Barcarena. “O que vai acontecer, daqui a três ou quatro anos, é que serão os moradores daqueles prédios além, possivelmente, a virem passear para o parque urbano que vai ser aqui criado”, disse Isaltino Morais, apontando para os edifícios do outro lado da ribeira. “Quem diria, há vinte e tal anos, que um dia ia ser assim?!”, questionou o edil, perante os populares presentes aquando da inauguração de arruamentos, animada pelo rancho folclórico local. Para a inauguração do futuro parque urbano fica prometida "festa rija, com ou sem ‘troika’". Por agora, fica o bairro mais acessível a peões e carros, e mais agradável à vista após a demolição de várias casas degradadas no caminho das novas vias. A Pedreira Italiana tem 168 lotes com construção, 93 dos quais ainda não tem processo de legalização iniciado. No mesmo dia em que a Pedreira Italiana e os membros da Câmara assinalaram as obras ali concluídas, também a zona de Leceia (Barcarena) registou a inauguração de novos empreendimentos, concretamente o segundo troço da Rua Luís de Camões, o qual marcou a conclusão da 1.ª fase do Plano de Ordenamento e Reconversão de Leceia.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Dador-Salvador em Carcavelos

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Unidade móvel vai receber dádivas de todo o distrito de Lisboa, durante a época estival Sensibilizar os jovens para dar sangue e garantir um volume elevado de colheitas durante o Verão, é o objectivo da Campanha Dador-Salvador, que vai estar disponível durante o mês de Agosto, na praia de Carcavelos, para todos os dadores do distrito de Lisboa. “Esta campanha visa atenuar o défice de colheitas no período estival (especialmente durante o mês de Agosto). No período de férias, como é sabido, não só desacelera o número de dádivas de sangue, como sobem as necessidades, devido aos muitos acidentes de viação”, informou o Instituto Português de Sangue (IPS), que associou a esta campanha o surfista Tiago Pires e a consagrada judoca Telma Monteiro. Na praia de Carcavelos vai estar uma unidade móvel do IPS para efectuar as colheitas de sangue e fornecer a mais variada informação sobre a dádiva. Em conferência de imprensa, realizada no passado dia 22 de Julho, na praia de Carcavelos, Álvaro Beleza, presidente do IPS, justificou a importância da campanha: “Os dadores vão de férias e é preciso cativar mais jovens, principalmente desportistas e com hábitos de vida saudáveis”. Álvaro Beleza salientou a forte participação que Cascais tem tido neste tipo de colheitas, bem como a abertura da autarquia em receber estas campanhas: “É uma Câmara exemplar. Tem realizado campanhas de recolha. Já registámos 1500 colheitas por ano”. “Pretendemos também que a autarquia incentive os seus funcionários para esta prática”, salientou ainda este responsável. Paulo Sousa Costa, embaixador da Campanha Dador-Salvador, frisou também a disponibilidade da autarquia: “É uma Câmara que está sempre predisposta a dar”. Na conferência de imprensa, o presidente da Câmara sublinhou que “em Cascais, os nossos munícipes têm demonstrado que querem ser cidadãos activos. Temos muita força positiva no concelho. Esta disponibilidade já tem uma década e ultrapassa as 11 mil unidades colhidas, o que demonstra que os cidadãos de Cascais têm essa generosidade. Temos total interesse que se desenvolvam mais acções no concelho”. Carlos Carreiras prometeu fazer uma doação de sangue na primeira quinzena de Agosto e também apelou aos “colegas presidentes de câmara” para fazerem o mesmo e incentivarem os seus munícipes. “Têm a possibilidade de contribuir em acções desta natureza que não envolvem encargos financeiros e têm o potencial cívico da população”, disse. Carlos Carreiras concluiu dizendo que, com uma dádiva de sangue, "alguém vai aproveitar o que a nós não nos custa nada”. Por fim, Álvaro Beleza referiu que espera “algumas dezenas de dadores por dia. O autocarro não serve apenas para recolher sangue, mas também para informar”. “A unidade móvel de Carcavelos tem capacidade para recolher, diariamente, sangue de mais de 100 pessoas”, esclareceu.

AMADORA Novo espaço para integrar toxicodependentes

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Maior capacidade de resposta, numa altura propícia para aumento do consumo de drogas Para aumentar a capacidade de resposta ao número de beneficiários do programa móvel de apoio a toxicodependentes, a Câmara Municipal da Amadora (CMA) e o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) assinaram um protocolo, na semana passada, para o funcionamento de um Centro de Recursos para a Inserção destes utentes, que vai passar a funcionar num espaço fixo. O novo espaço, cedido pela autarquia situado junto ao bairro degradado de Santa Filomena, na freguesia da Mina, já permitiu o aumento de 150 para 250 utentes que, diariamente, solicitam este tipo de apoio. Este acordo resulta da necessidade de “aumentar a resposta” do Programa de Substituição de Baixo Limiar já implementado desde 2009, que funcionava numa carrinha móvel junto ao mercado da Mina. “Era local com muita procura, mas também uma zona central frequentada por muitos idosos e famílias que nem sempre compreendiam o nosso trabalho”, referiu Carlos Gil, coordenador do projecto, para justificar a mudança de local. Ainda de acordo com o responsável “este novo espaço tem uma localização excelente, devido à proximidade da estação de comboios, mas também porque se situa nas imediações do bairro de Santa Filomena”. Desde que a unidade móvel entrou em funcionamento, já passaram pelo Programa de Substituição de Baixo Limiar 353 utentes. Todos realizaram o rastreio de tuberculose. Neste momento, existem 250 pessoas acompanhadas. “Este é um tipo de população mais velha, muitos com consumos muito prolongados e patologias associadas. Cerca de 70 por cento não tinha nunca tido ajuda antes e 34 por cento era sem-abrigo”, acrescentou ainda Carlos Gil. Mas o aumento do apoio prestado por este projecto, que resulta de uma parceria entre a Câmara e o IDT, “não decorre de um aumento dos consumos, conforme nos revelam os números, o que significa que estamos a chegar cada vez mais a esta população”, referiu João Goulão, o presidente do IDT, que se mostrou, no entanto, preocupado com os próximos tempos: “Não tenho dúvidas que temos condições sociais para o aumento dos consumos do álcool e substâncias ilícitas nos próximos tempos devido à conjuntura económica”. O novo Centro permite “aumentar a capacidade de resposta” comum crescimento ao nível dos serviços prestados. No mercado, “havia apenas uma consulta de psiquiatria, mas neste novo espaço temos condições para dar uma resposta integrada, com consultas médicas e de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais e técnicos psicossociais”, referiu Ana Moreno, do Departamento de Intervenção Social da CMA. Para além deste aumento de serviços, o espaço dispõe também de balneários. “No futuro queremos crescer dando, por exemplo, refeições”, acrescentou Ana Moreno.