terça-feira, 31 de maio de 2011

CNA conquista título feminino de pólo aquático

Ver edição completa
Segunda vitória na final, por 11-4, acabou com domínio do Salgueiros nos últimos dois anos A equipa feminina do Clube de Natação da Amadora sagrou-se campeã nacional de pólo aquático, o segundo título da história do clube, depois da conquista na época de 2001/2002. O CNA venceu o segundo jogo da final do ‘play-off’ frente ao Salgueiros, disputado à melhor de três, por 11-4 (parciais de 4-2, 3-0, 1-0, 3-2). No primeiro encontro já tinha triunfado por 5-1. A equipa amadorense dominou ao longo de toda a partida e ao intervalo já estava a ganhar por 7-2. No final do encontro foram também entregues pelo presidente da Federação Portuguesa de Natação, Paulo Frischknecht, os troféus de melhor marcadora do campeonato nacional a Inês Nunes e de jogadora mais valiosa do ‘play-off’ à guarda-redes Noelia Lopez, ambas jogadoras da Amadora. Paulo Russo conquistou o primeiro título de campeão nacional como treinador, depois de 18 troféus consecutivos alcançados como jogador ao serviço de três clubes – Algés (4), Salgueiros (13) e Amadora (1). O técnico reconhece que este título “foi diferente de todos os outros. Ganhei 18 como jogador, mas como treinador é completamente diferente. É quase ter um ataque cardíaco ali no banco. É ter vontade de entrar para dentro de água.” Paulo Russo desvaloriza o seu papel na conquista: “Este campeonato tem que ser dividido por muitas pessoas. Eu só estou há dois meses com elas, é a primeira vez que sou treinador e isto é um trabalho do Siscu Pereira, do António Machado e do Joel Florêncio, que foram os três treinadores anteriores da equipa. Muito sinceramente, o meu mérito no título é muito reduzido. Este grupo de trabalho tem muito talento e as jogadoras por si só conseguem resolver os jogos”.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Escolas menos problemáticas em Almada

Ver edição completa
Programa apresenta resultados positivos no combate ao abandono escolar e à indisciplina Menos indisciplina, redução do abandono escolar e melhor aprendizagem são os resultados da aplicação do Programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), dirigido às escolas problemáticas. No total do país são 105 os agrupamentos abrangidos por esta medida, sendo quatro deles do concelho de Almada: Agrupamento de Escolas Monte Caparica, Agrupamento de Escolas Miradouro de Alfazina e Agrupamento de Escolas Trafaria. Os resultados finais deste estudo deverão ser tornados públicos ainda em Maio, e resultam do trabalho encomendado pela direcção-geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular ao Centro de Investigação e Estudos de Sociologia. “Em traços gerais pode afirma-se que o programa TEIP está a ter um resultado positivo”, comenta Pedro Abrantes, coordenador do estudo. “O abandono e a indisciplina têm reduzido de forma significativa na grande maioria das escolas”, conclui, acrescentado que “cerca de metade evoluiu de forma muito positiva em termos de resultados escolares”. O Agrupamento de Escolas Monte Caparica é um destes exemplos. “Fazemos uma avaliação muito positiva”, afirma a professora Inês de Castro, directora deste agrupamento com cerca de 1200 alunos e que integra o programa TEIP desde 1996. No entanto o trabalho a sério com os alunos problemáticos só começou verdadeiramente em 2006. “Foi pena este programa ter sido esquecido pela tutela durante anos”, lamenta. Ou seja, só avançou com a anterior ministra da Educação do governo socialista, Maria de Lurdes Rodrigues. Considerado um agrupamento “muito complicado”, como classifica Inês de Castro, em quatro anos o trabalho com os alunos que integraram este programa, que a escola designou de Ancoragem, e respectivas famílias, resultou em “menos indisciplina, menos violência e melhor aproveitamento”. Para a professora existe agora um “melhor clima dentro da escola”, mas também diz que “ainda existe um longo caminho a percorrer”. Para acompanhar os alunos que frequentam este programa a escola precisou de contratar profissionais de áreas específicas como, por exemplo, um mediador para a população de etnia cigana, animadores socioculturais e mais professores. Ou seja, um conjunto de recursos humanos adicionais facultados pelo Ministério da Educação. “Transmitimos à comunidade que a educação é um bem em si mesmo para a inserção na sociedade e combater a reprodução da pobreza”, diz a directora do agrupamento. Com resultados claros da aplicação do programa TEIP, a professora Inês de Castro não tem qualquer dúvida de que esta medida não pode voltar para a gaveta, o que a acontecer seria “um retrocesso irrecuperável”. Pelas suas contas, “dentro de três ou quatro anos”, todos os problemas que existiam dentro do Agrupamento Monte de Caparica estariam de volta. A questão é que o contrato estabelecido para este programa é até 2012. “Espero que seja renovado”, comenta.

ÉPOCA BALNEAR Vigilância a salvo nas praias

Ver edição completa
Câmara e Porto de Lisboa asseguram alguns meios Depois de no Verão passado se ter levantado uma tempestade (de areia), por causa das exigências legais em matéria de nadadores-salvadores a cargo dos concessionários, este ano o início da época balnear nas “zonas de recreio e lazer” de Santo Amaro e Paço de Arcos está a decorrer de forma mais serena. Procurando evitar os avanços e recuos, as ameaças e os compromissos alinhavados que então se verificaram, com reuniões sucessivas e acusações de má-fé entre concessionários e Porto de Lisboa, desta feita a delicada questão foi tratada com antecipação. A solução, segundo o JR pôde apurar, passou pela concertação de recursos entre a Capitania do Porto de Lisboa e a Câmara de Oeiras para colmatar as falhas verificadas nas situações em que os concessionários persistem em não custear a vigilância da praia – nuns casos por entenderem estarem a ser alvo de exigências demasiado rigorosas (sobretudo depois da nova legislação, datada de 2008) e multas injustas. Neste sentido, o município assegura o pagamento de dois nadadores-salvadores para a corrente época balnear (um em Santo Amaro e outro em Paço de Arcos), enquanto o Porto de Lisboa “entra” com um profissional de vigilância nas praias (no areal de Paço de Arcos). “O ano passado foi ao contrário”, especificou ao JR o vereador Ricardo Barros, responsável camarário por esta área, explicando: “O Porto de Lisboa, no Verão de 2010, investiu em torres de vigia e outras infra-estruturas e custeou dois vigilantes; este ano, cedem esses equipamentos, mas fornecem apenas um nadador-salvador”. Temos, assim, que no areal de Santo Amaro há, este ano, três nadadores-salvadores, tal como sucedeu no ano passado: um é pago pelo Bar O Amarelo, outro pelo Restaurante Saisa, e um pela Câmara de Oeiras. Para António Baião, que há 27 anos explora “O Amarelo” (aberto todos os dias nos meses de Verão), o custo como nadador-salvador é apenas mais uma entre tantas outras despesas. “Mas ainda são 1050 euros mensais, com pequeno-almoço, almoço e lanche”, salienta, conformado: “É importante haver segurança”. Já tem mais dificuldade em aceitar que as instalações sanitárias do bar-restaurante sejam abertas a todos os utentes da praia, apesar do papel na porta reservar esse uso aos clientes. “Acaba por vir toda a gente e não consomem, é um gasto enorme em papel higiénico e água”, queixa-se o empresário, apelando a que sejam feitas instalações sanitárias públicas no passeio marítimo, “como existe em Carcavelos, por exemplo”. De resto, “está tudo a correr bem”, conclui, adivinhando que a afluência, que não tem sido má, ainda vá aumentar muito com o início das férias escolares. Uns metros mais para o lado, em direcção a Paço de Arcos, o Blu Blu Café não tem sombrinhas nem espreguiçadeiras como os vizinhos (de um lado, o Amarelo, do outro, o Saisa). “Estamos à espera de autorização do Porto de Lisboa”, conta Sandra Nereu, este ano a dar uma ajuda aos proprietários na gerência. O objectivo “é apaziguar um pouco as coisas com o Porto de Lisboa”, reconhece, de modo a voltar à situação anterior a 2010, quando também ali haviam sombrinhas e nadador-salvador. “Naturalmente, logo que tenhamos autorização para as sombrinhas, também pagaremos a um nadador- salvador, o que, aliás, faz todo o sentido aqui, já que estamos a meio da praia”, reflecte Sandra Nereu, apontando a placa ali bem perto a anunciar tratar-se de uma zona não vigiada. Uma posição que, aliás, vai ao encontro da preocupação dos nadadores- salvadores ouvidos pelo JR, os quais referiram que "idealmente" deveria haver um terceiro vigilante fixo a meio desta praia – quando, neste momento, há dois fixos nos extremos e um que vai percorrendo os dois pontos... Quanto à afluência, “tem estado boa”, tal como a qualidade do areal. “É limpa pelo menos uma vez por semana pela Câmara, que também manda fazer limpeza dos esgotos, o que é importante com os restaurantes aqui existentes”. O Blu Blu fornece almoços, lanches e jantares. Tem serviço de bar aos sábados desde as 22h30 e as 02h00. No ano passado, os seus responsáveis venceram uma acção em tribunal que os desobrigou de pagarem uma multa à Capitania do Porto de Lisboa, uma vez que o juiz entendeu que não se tratando de uma praia oficialmente classificada como tal, aquela autoridade não tinha competência para aplicar o referido castigo pecuniário. Agora, porém, talvez as águas possam correr menos agitadas... Na Praia de Paço de Arcos, há algum tempo que a respectiva Junta de Freguesia vem enunciando que ali estão garantidas as condições de vigilância. “O papel da Junta foi alertar as entidades competentes para prepararem com antecedência soluções que impedissem os percalços verificados no Verão passado, em que chegou a haver dias sem vigilância”, referiu ao JR Nuno Campilho, presidente daquele órgão autárquico. Segundo este autarca, “as reclamações nunca vão parar ao Porto de Lisboa ou aos concessionários, mas sim à Câmara”, razão pela qual a autarquia acaba por se ver obrigada a intervir para se encontrar uma solução. “Desta vez, tudo foi feito a devido tempo”, congratula-se Nuno Campilho. Ainda assim, o único concessionário existente no areal de Paço de Arcos continua a não estar satisfeito com a situação. De tal maneira que não tem nenhum nadador-salvador a seu cargo. Os dois que ali vigiam os banhistas são pagos, um pela Câmara de Oeiras e outro pelo Porto de Lisboa.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

SOS Animal inaugura clínica veterinária

Ver edição completa
Instituição dispõe de novas instalações em Caparide, abertas ao público em geral O Grupo de Socorro Animal de Portugal – SOS Animal inaugurou, no passado sábado, em Caparide, a sua primeira clínica veterinária, para receber os animais dos associados, mas também do público em geral. Com uma actividade marcada pela defesa dos animais, com especial incidência sobre os maltratados e abandonados, a instituição “concretiza, assim, um sonho com mais de seis anos”, revelou ao JR Lígia Santos. “Ao fim de mais de dois anos e muito esforço pessoal da equipa, conseguimos concluir e abrir a clínica”, salientou a responsável pela direcção da instituição. como principais serviços apresentam as consultas, vacinação, desparasitações, acompanhamento e aconselhamento médico, consultas de especialidade (mediante marcação), cirurgias, recobro e tratamentos. A nova clínica é constituída por dois consultórios e uma sala de tratamentos, cada uma devidamente equipada e preparada para os fins a que se destinam, sem esquecer o bem-estar e conforto tanto dos animais como dos seus donos. Apesar de não estar concluída, está também prevista uma sala de banhos e tosquias, assim como deverá ser criada, no futuro, uma sala de Raio-X. Além dos serviços, as novas instalações vão ser um contributo importante para fomentar a adopção de animais. “Se alguém quiser adoptar animais, fazemos uma entrevista e trazemos o animal, que está em famílias de acolhimento. A pessoa vê e faz-se cá a adopção. Nós trabalhamos com famílias de acolhimento temporário que cuidam dos animais. Na entrevista, vemos o perfil da pessoa e se o animal que pretendem é o adequado. Por exemplo, se for uma pessoa mais velha não é aconselhável ter um animal com muita energia. Mostramos o animal e vemos se há uma empatia e se o animal se sente bem”. “Actualmente, temos cerca de 300 cães e 200 gatos nas nossas famílias de acolhimento”, frisou Lígia Santos. O apoio aos canis locais é outra das principais actividades do SOS Animal. Lígia Santos reforça que “uma das grandes metas do SOS Animal sempre foi ter a nossa clínica para dar mais apoio aos animais abandonados, atropelados, com pernas partidas, etc.”. Para o efeito, a instituição conta com o médico veterinário (Salvador Falcão) “para dar maior resposta aos pedidos de ajuda”. “A nossa clínica está aberta ao público em geral e não apenas aos associados. Mas temos descontos para os associados e às pessoas que adoptaram os nossos animais”, acentua Lígia Santos. Aberta desde o início do mês, a clínica tem recebido “muitas das pessoas que ficaram com os nossos animais para ver que eles estão bem”.

Salvem o Hockey Club de Sintra

Ver edição completa
A braços com uma crise directiva sem precedentes, para a qual a solução poderá chegar, ou não, na assembleia-geral marcada para esta quarta-feira (20h30), o Hockey Club de Sintra (HCS) vive também momentos complicados ao nível financeiro. A situação mais preocupante está relacionada com a necessidade de amortização de um empréstimo bancário de 80 mil euros, para a qual o clube não tem forma de suportar. Daí a iniciativa levada a cabo por um grupo de sete associados com vista à angariação de fundos destinados, prioritariamente, "ao pagamento da dívida bancária e ao restabelecimento da estabilidade financeira e directiva do clube", explica Nuno Sousa, um dos promotores do movimento "S.O.S - Hockey Club de Sintra". Para além de Nuno Sousa, Carlos Lopes e José Leitão receberam a reportagem do JR junto à sala de troféus do popular clube, como forma de sublinhar a grandeza do HCS e a vontade expressa "de não deixar que o clube encerre e passe à história". "Após o impasse de três assembleias-gerais sem que apareçam candidatos a assumir a direcção do HCS e tendo em conta que a actual situação financeira do clube é um entrave a que surjam esses nomes, decidimos desencadear um movimento de angariação de fundos", explica Carlos Lopes, anunciando que a primeira medida passa pela abertura de uma conta solidária, com o nome do movimento criado, e na qual "os sócios e amigos do Sintra e as empresas podem depositar donativos para nos ajudar a sair desta situação". José Leitão, por seu lado, sublinha que a próxima época pode estar em risco, pois o vazio directivo poderá levar à debandada dos jogadores que, "apesar de toda a situação têm feito campeonatos excelentes" em todas os escalões. "Este clube precisa de ajuda. Está muito doente, apesar de ser um dos oito principais clubes de formação a nível nacional, com resultados que o comprovam. Apelamos às pessoas, ao comércio e às entidades para que não deixem morrer o HCS". Os interessados em ajudar o HCS podem depositar o seu donativo na conta n.º: 0035 0786 0006 9025 4005 5, da Caixa Geral de Depósitos, agência de Sintra.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Beneficiários do RSI ajudam a limpar bairro

Ver edição completa
Parceria entre a Junta da Buraca e a Associação ‘A Partilha’ dá trabalho a moradores do Zambujal Seis moradores do Zambujal, na Buraca, e beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) vestem a pele de cantoneiros e têm ajudado a equipa de Higiene Urbana e Espaços Verdes da junta de freguesia na limpeza das ruas do bairro. O projecto iniciado há um ano termina já no final do mês, mas é com pena que a maioria destes homens volta para o desemprego. Alguns deles nunca trabalharam, mas “funcionaram muito bem em equipa”, faz questão de salientar Rute Gravata, técnica da Junta de Freguesia da Buraca, responsável pelo sector da Higiene Urbana e EspaçosVerdes. Esta responsável lamenta, por isso, “que este projecto não venha a ter continuidade, caso a nova candidatura não venha a ser considerada”. De acordo com Rute Gravata, “estamos neste momento a aguardar”. Os seis homens foram contratados através de uma candidatura apresentada ao Centro de Emprego da Amadora, numa parceria entre a junta e a Associação de Moradores “A Partilha”. “Pretendíamos que por um lado fossem os próprios moradores do bairro a proceder à limpeza porque têm outra dedicação e o outro objectivo era ajudá-los na sua integração no mercado de trabalho”, refere o presidente da Junta de Freguesia da Buraca, Jaime Garcia. Pautado pela degradação dos edifícios, apesar dos serviços de limpeza passarem todos os dias pelo bairro do Zambujal, as ruas ficam logo sujas por falta de civismo de alguns residentes. Com o reforço dos seis homens, “o bairro, embora longe da situação ideal, está muito melhor”, salienta Jaime Garcia. Victor Costa, 51 anos, é um dos seis cantoneiros que desde Junho do ano passado contribui para a limpeza das ruas do bairro que habita.Garante que nem sempre é fácil manter algumas zonas limpas, porque “alguns moradores não ajudam, depois de passarmos por lá a limpar, eles atiram o lixo pela janela”. No entanto, foi com gosto que agarrou a oportunidade de ter um emprego. “Estava desempregado há mais de dois anos, embora não seja na minha área, em casa é que não podia ficar mais tempo”. Com quatro filhos para cuidar este homem pretende integrar, caso seja possível o próximo projecto, embora prefira a carpintaria, a sua área Já Moisés Pascoal, 26 anos, outro morador a falta de colaboração dos vizinhos não é problema. “Sem lixo não havia trabalho”, refere este jovem que nunca tinha trabalhado, excepto, “um mês aqui, outro mês ali”. O trabalho de cantoneiro foi uma oportunidade que não quis perder, porque até então não tinha tido nenhuma profissão.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

ALMADA E CACILHAS Ruas sem carros em debate

Ver edição completa
Câmara discute projectos com a população As obras da Área de Reconversão Urbana (ARU) de Cacilhas já estão no terreno e “cinco proprietários já aderiram ao projecto”. A informação foi avançada por António Janeiro, chefe de divisão de Qualificação Urbana da Câmara de Almada, durante o último fórum Opções Participativas, dedicado a Almada e Cacilhas. Segundo o técnico, a próxima ARU vai incidir no centro histórico da cidade devendo estar em execução “até ao final deste ano”. O processo “está pronto para ser aprovado pela Câmara”. A requalificação das zonas históricas foi uma das matérias em debate neste encontro entre eleitos da autarquia e a população, com o executivo a ouvir algumas críticas negativas relativamente à limpeza do espaço urbano, falta de parques infantis e, mais uma vez, sobre os constrangimentos causados à circulação automóvel no centro da cidade. “As pessoas desistiram de vir à cidade”, afirmava Nuno Oliveira da delegação de Almada da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal. “Pedonalizar parte das ruas principais de Almada veio prejudicar o comércio local e a economia do concelho”, acrescentava este responsável ao mesmo tempo que deixava o desejo de “em 2012 termos a nossa avenida novamente aberta”. O mesmo descontentamento foi expresso por Pedro Matias, residente em Almada. “O Plano de Mobilidade de Almada custou um exagero de dinheiro e transferiu o trânsito das ruas construídas no século XX para as ruas do século XVIII”, por isso considera que “este plano não serve”. Crítica idêntica fez um morador de Cacilhas quanto à falta de estacionamento. “Se quiser ir a um museu em Almada, não posso estacionar, se quiser fazer compras na cidade não posso estacionar; como já apanhei várias multas, evito ir ao centro Almada. É o que faz muitas pessoas”, comentava. Com o vereador responsável pela Mobilidade, Rui Jorge Martins, a afirmar que as novas regras impostas à circulação estão a contribuir para “uma Almada melhor”, teve em defesa desta tese um outro morador. Dizia Félix Magalhães que depois de ter residido em Barcelona alguns anos, ficou com outra noção sobre a circulação automóvel dentro das cidades. “Muitas zonas de estacionamento gratuito ficam fora dos centros”, por isso considera que em Portugal, nesta matéria, “somos muito brandos”. Já quanto à limpeza da cidade, Rui Jorge Martins aceitou a crítica reconhecendo que, “apesar de todo o esforço que está a ser feito, nem tudo está bem”. Mais satisfeitos terão ficado os participantes que reclamaram por mais parques infantis. Segundo o vereador a falta destes espaços está identificada, estando já em andamento um plano de “construção e renovação”. Decidido está que o Parque da Paz não vai receber nenhum destes equipamentos. “É uma decisão assumida”, diz o vereador que revelou que um destes espaços será montado no futuro parque da Quinta dos Crastos, no Pragal. Com os técnicos da autarquia a apresentarem o plano de reabilitação das zonas históricas, foi esclarecido que o antigo Teatro Municipal de Almada vai ser recuperado para acolher grupos de artes performativas, enquanto o espaço vizinho que foi usado como armazém da Câmara vai ser transformado no Quarteirão das Artes para acolher indústrias criativas. Duas obras em fase de concurso, tal como acontece com a casa onde nasceu o maestro Leonel Duarte Ferreira que irá receber o Museu da Música. No plano de obras está ainda incluída a requalificação do antigo edifício da Cooperativa de Consumo de Almada, que irá receber a Universidade Sénior, e o antigo edifício da Academia Almadense onde irá funcionar a academia de dança e a Escola de Música. Esta reestruturação obriga à requalificação da Rua Capitão Leitão com nova pavimentação, alargamento de passeios e renovação dos largos. “Estas obras vão ter início ainda este ano”, adiantou a vereadora do Planeamento, Amélia Pardal. O projecto de reconversão da Almada histórica vai ainda ter expressão na Quinta do Almaraz e Cais do Ginjal, com a presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa a prometer que “em breve” estes serão apresentados à população.

OEIRAS Liceu aberto ao futuro

Ver edição completa
Secundária Sebastião e Silva tem novo visual Dentro de um mês deverão estar totalmente concluídas as obras de requalificação realizadas no antigo Liceu de Oeiras, orçadas em cerca de 14 milhões de euros, investidos pelo Estado (incluindo comparticipação de fundos da União Europeia) através da empresa pública Parque Escolar. Ainda há mobiliário amontoado e portas fechadas, algumas zonas por acabar de arrelvar, vestígios de construção por limpar definitivamente, mas já se vê, quase totalmente, o quadro completo e renovado. E este é bastante diferente do que existia antes da empreitada: um acréscimo de quase o dobro da área construída, entre novos pavilhões, salas de apoio, restaurante, cafetaria, além da mudança de vocação de alguns espaços e a criação de novas áreas de estar, sem esquecer o aparato tecnológico introduzido a nível de segurança, material de apoio em laboratórios e salas de aula... Claro que o preço a pagar incluiu o abate de quase 120 árvores, logo no início da requalificação, o que, embora haja sido compensado em termos numéricos com a plantação de novos exemplares, também alterou muito a imagem do estabelecimento de ensino e mexeu com os afectos de quem frequentou e frequenta aquele estabelecimento de ensino (ver caixa). Mas o director da Escola Secundária Sebastião e Silva não tem dúvidas de que a mudança valeu a pena: “Isto vai ficar muito melhor, com condições que não tínhamos. E eu ousaria mesmo dizer que do ponto de vista de espaços e equipamentos não seria possível melhor”, frisou Domingos Santos, durante uma visita-guiada ao antigo Liceu de Oeiras. A entrada da escola foi das zonas que sofreram mais alterações. Foram-se as grandes árvores que ladeavam o corredor central de acesso à entrada principal e os campos de jogos existentes do lado direito (norte) foram deslocados para as traseiras, dando lugar a um espaço de relva sintética, servida por algumas árvores de porte médio, por onde os alunos se espreguiçam e convivem, tendo ainda uma estrutura dedicada ao clube da rádio. Do lado oposto (sul) há um lago e um jardim com onze cerejeiras de cores diferentes, além de um casa/abrigo para acolher pássaros. Mais para o interior da escola, o Parque das Tílias manteve o lago e a respectiva escultura e, mais importante, os pinheiros mansos com 60 anos (apenas foi cortado um dos que existiam), tendo-se acrescentado quatro novas tílias. “Este pátio interior passa a ser agora servido por uma esplanada coberta da cafetaria ali instalada com a execução do projecto, a qual é um espaço amplo e que inclui, ainda, duas esplanadas descobertas para o campo de jogos (a poente). Esta será, sem dúvida, uma óptima área de socialização”, congratula-se Domingos Santos, lembrando outras boas opções para este fim, desde a nova biblioteca às arcadas, passando pelo restaurante ou os pátios exteriores... A requalificação “foi feita em torno de algumas bandeiras muito importantes”, sublinha aquele responsável. Desde logo, a descentralização. “Antes estava tudo organizado em volta da sala de professores e das salas de aulas; agora há diferentes pólos ao longo da escola”, explica. Assim, a título de exemplo, a norte/nascente situa-se agora o pólo da Matemática e das Ciências Experimentais, com laboratórios, salas com muitos quadros interactivos, o gabinete do coordenador do departamento, duas salas de trabalho, mais um gabinete para os professores poderem preparar aulas, discutir estratégias... Os demais pólos existentes replicam este tipo de estrutura e de apoios. O director da Sebastião e Silva destaca, ainda, a qualidade colocada nos laboratórios, a visibilidade que agora se obtém para as salas através do uso generalizado do vidro, a qualidade acústica das salas de aula, que estão equipadas com acesso a televisão, à internet, têm um computador, um videoprojector com som, sendo que num terço delas existem modernos quadros interactivos. Em jeito de balanço, Domingos Santos não tem dúvidas em declarar a sua satisfação: “Temos condições agora, como nunca tivemos, para os alunos poderem estar na escola, desenvolverem competências, fazerem teatro, experimentarem o clube de rádio, o clube da ciência, o da televisão, as acções de solidariedade, o desporto escolar... Acho que vão poder ser aqui mais felizes do que antes das obras. Sem esquecer que os professores têm, também, melhores condições para desenvolverem o seu trabalho”. Agora resta rentabilizar o investimento “procurando a excelência para a formação dos nossos alunos”, conclui o director do antigo e renovado Liceu de Oeiras.