sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

TRAFARIA População recusa contentores

Ver edição completa Expansão do Porto de Lisboa pode destruir vila A população da Trafaria quer decidir sobre o seu território, pelo que exige a extinção da reserva de terreno e de espaços canais para aproveitamento da localidade como alternativa ao Porto de Lisboa, tal como prevê o Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROT-AML), que esteve em discussão pública até 31 de Janeiro. Na passada sexta-feira, dia 18, o executivo da Câmara de Almada e a presidente da Junta de Freguesia da Trafaria participaram numa reunião alargada com a população onde foi aprovado um documento a repudiar as opções previstas pelo plano de ordenamento regional que “contraria a estratégia de desenvolvimento” para a localidade, afirma a presidente da Câmara. Para Maria Emília de Sousa o futuro da Trafaria passa pelo turismo e a tradicional actividade piscatória, o que é “incompatível com um terminal de contentores”. Aliás, diz a edil que o próprio porto de pesca há muito reclamado pelos pescadores locais “fica em causa” caso o Conselho de Ministros aprove o PROT-AML na sua versão actual. Daí moradores e autarcas estarem numa corrida contra o tempo para que a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) atenda aos contributos dados pelos órgãos autárquicos nos vários contactos institucionais durante a fase de discussão pública do plano de ordenamento, em defesa de uma Trafaria de turismo e pesca. “Tudo o que os eleitos podiam fazer já foi feito, agora cabe à população dizer que rejeita esta visão do PROT-AML”, comenta a presidente da Junta da Trafaria. Para Francisca Parreira a aplicação deste plano de ordenamento vai transformar a localidade em “duas ruas com uma linha ferroviária no meio e um porto de contentores”. A passagem de uma linha férrea nesta localidade com apenas 5 quilómetros quadrados, é outra das razões que levam populares e eleitos a protestar contra o PROT-AML.Mas o Governo parece não querer desistir desta opção. Maria Emília de Sousa diz ter aproveitado uma reunião entre o secretário de Estado dos Transportes e vários presidentes de câmara da Área Metropolitana de Lisboa, na mesma sexta-feira, para dizer a Carlos Correia da Fonseca que a linha férrea e o porto de contentores vão “destruir a Trafaria”, mas este “entende que o uso portuário deve constar no PROT-AML”. Ou seja, “existe uma divergência de fundo”, comenta. Para Maria Emília de Sousa “Lisboa está a limpar a sua margem”, mas a Trafaria “não pode ser sacrificada com isso”, pelo que “não pode ser considerada como área de expansão do Porto de Lisboa". A edil chega a admitir que houve intenção de “limitar a participação” dos trafarienses sobre o PROT-AML. É que sendo esta localidade a que recebe mais impacto deste plano, “não se percebe porque as sessões de esclarecimento (durante o período de discussão pública) se realizaram em Mafra e Seixal”. Isto quando o município propôs uma sessão na Trafaria. “Agora está do lado da população fazer ouvir a sua voz de protesto. Nós já fizemos o que tinha de ser feito do ponto de vista formal”, alegava a edil durante o encontro. E, de facto, este processo está a irritar a população local. “O PROT- -AML não só é um erro ambiental, como irá destruir a tradição da Trafaria e inviabilizar o seu desenvolvimento turístico”, afirmava um dos moradores. E o descontentamento popular poderá tomar outras formas e já se fala em formar um movimento cidadãos, a exemplo do que aconteceu em Lisboa sobre a expansão de Alcântara, para defender a Trafaria. O documento aprovado pela população vai agora ser enviado para os vários órgãos do poder local de Almada, CCDR-LVT, Governo Civil, Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território e primeiro-ministro.

HOSPITAL S. FRANCISCO XAVIER Petição reclama reabertura

ver edição completa Urgência Pediátrica encontra-se encerrada no período nocturno “Por um Serviço Público de Pediatria em horário nocturno próximo do Concelho de Oeiras”. Assim se intitula a petição promovida pela Junta de Freguesia da Cruz Quebrada-Dafundo com o objectivo de “pressionar” quem de direito a alterar a actual situação de “ausência de resposta adequada” para quem vive no concelho de Oeiras e tem filhos menores a seu cargo, nomeadamente depois de o hospital mais próximo, o São Francisco Xavier, ter deixado de assegurar Urgência Pediátrica após as 22h00, sendo os doentes remetidos para o Hospital de Dona Estefânia, no centro de Lisboa. “As pessoas aqui da freguesia, em horário nocturno e de carro, mais depressa chegam ao Hospital de Almada do que ao D. Estefânia”, critica o presidente da Junta, Paulo Freitas do Amaral, considerando “inaceitável” que um concelho com mais de 150 mil habitantes seja sujeito a este tipo de contingências no que diz respeito a um serviço de necessidade básica como é a Pediatria. “Esta situação prejudica o atendimento urgente não só de bebés e crianças, mas também de quaisquer jovens com idade inferior a 18 anos, que não podem, mesmo que tenham 17 anos, ser admitidos na Urgência geral do São Francisco Xavier”, acentua aquele autarca. Não querendo fugir à questão de o encerramento da Urgência Pediátrica na unidade hospitalar do Restelo ter sido implementado por um governo socialista, Paulo Freitas do Amaral, contrapõe que “por ser do PS não quer dizer que concorde com tudo o que o Governo faz, até porque fui eleito para defender, em primeiro lugar, os cidadãos oeirenses”. A petição é dirigida às entidades públicas com responsabilidades públicas na matéria, nomeando-se a Câmara Municipal, o Ministério da Saúde e o Governo. Questionado sobre a referência à Câmara de Oeiras – uma vez que a estes órgãos de Poder Local não cabem, por lei, competências directas neste domínio – o autarca esclareceu que o faz por entender que a autarquia “tem, pelo menos, o poder e o dever de exercer pressão para que problemas como estes sejam solucionados, o que, infelizmente, não tenho visto acontecer”. A petição, lançada no passado dia 19, já tem cerca de 40 assinaturas ‘online’ e a versão em papel irá percorrer colectividades e estabelecimentos comerciais de outras freguesias do concelho.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Carlos Carreiras ‘arruma a casa’

Ver edição completa Edil delega Relações Internacionais e Assuntos Jurídicos em vereador do PS O novo presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, já ‘arrumou a casa’ à sua maneira: conta com um novo vereador do PSD (Nuno Piteira Lopes) para a Gestão Financeira e Patrimonial, convidou um vereador do PS (Alexandre Faria) para as competências das Relações Internacionais e Assuntos Jurídicos e criou novos pelouros, a que chama “horizontais” por contribuírem “para uma melhor ligação entre os vereadores e os serviços municipais”. No fundo, Carlos Carreiras traçou caminhos diferentes do anterior presidente, António Capucho, que suspendeu o mandato “por razões pessoais“, mas para atingir os mesmos fins: “Investimento na Acção Social, que teve um reforço no orçamento, e na Educação, onde tem sido feito um significativo investimento no parque escolar”. Carlos Carreiras, em declarações exclusivas ao JR, disse ainda que, para este ano, pretende “melhorar a rede viária no concelho, com uma requalificação do espaço público e que o município aumente os seus níveis de competitividade”. “Só existimos enquanto bons prestadores de serviços que se destinam aos munícipes e a quem nos visita”, frisou o edil. “Começar com uma orgânica diferente para atingir uma eficácia e exigência maiores”, foi assim que Carlos Carreiras justificou as alterações que efectuou. “Sem querer entrar em questões internas do PS”, Carlos Carreiras explicou que a escolha do vereador socialista Alexandre Faria, que vai ficar com os pelouros das Relações Internacionais (anteriormente do vereador do CDS-PP, João Sande eCastro) e dos Assuntos Jurídicos (antes de António Capucho), teve em conta “os momentos que estamos a viver e em que deve prevalecer mais o que nos une do que o que nos separa”. Carlos Carreiras concentra em si os poderes de presidente e os que detinha antes como vice-presidente, ficando com uma competência reforçada na área do Urbanismo (que era seu no anterior mandato autárquico) e nas Obras Municipais. As Finanças, que estavam sob a tutela de António Capucho, passam agora para o novo vereador Nuno Piteira Lopes, que ainda será responsável pela Gestão Patrimonial, Juntas de Freguesia e Associações de Moradores. “Nuno Piteira Lopes era já director financeiro onde desenvolveu um excelente trabalho. Tem sido de uma competência tal que faz com que seja o que chega a vereador com mais capacidade”. A Polícia Municipal e Fiscalização também sai da esfera do presidente do município e passa para o vereador do CDS-PP João Sande e Castro, que mantém a área do Desporto. Contudo, este autarca perde as Relações Internacionais para o vereador socialista Alexandre Faria. Com menos poderes fica a vereadora Conceição Cordeiro. Até Janeiro era responsável pelos Recursos Humanos e pelouro dos Sistemas de Informação e Comunicação, mas agora passa a estar vocacionada apenas para os Recursos Humanos. Quem sai reforçado é o vereador Miguel Pinto Luz que passa a ser responsável, além das Actividades Económicas e da Juventude, pelo Turismo (do anterior presidente); Comunicação, Relações Públicas e Modernização Administrativa; Agenda XXI e Sistemas de Informação, bem como pelas agências municipais. Na estratégia de distribuição dos pelouros, Carlos Carreiras disse que “a intenção foi distribuir o trabalho por todos e de acordo com as próprias competências técnicas de cada um”. Na Área Social, aparecem novos pelouros (Combate às Toxicodependências; Rede Social e Igualdade de Género), que já estavam incluídos no pelouro da Acção Social da responsabilidade da vereadora indicada pelo CDS-PP, Mariana Ribeiro Ferreira, (também responsável pela Habitação Social). Contudo, a individualização destas áreas não significa que elas tenham uma maior atenção por parte da autarquia, porque “já lhes damos muita atenção“ frisou o presidente da Câmara. Carlos Carreiras justificou a individualização: “O que foi feito foi dar-lhes um peso institucional diferente para ser reconhecido o trabalho que tem sido feito”. Pedro Mendonça (vereador da CDU) e Ana Clara Justino (independente eleita pelo PSD) permanecem com os mesmos pelouros, concretamente, Protecção Civil e Educação/ Cultura. Pelouros horizontais Criatividade Territorial, Inteligência Territorial, Regeneração Urbana, Pacto dos Autarcas, Mobilidade, Voluntariado, Acessibilidade para todos, Cidadania e Democracia Participativa, Empregabilidade e Atracção de Investimento, Motivação e Coesão Organizacional são os novos pelouros “horizontais” para “a Câmara ter mais entrosamento entre os departamentos. A ideia é chamar vários quadros da Câmara que tenham ligação entre os pelouros”, esclareceu Carlos Carreiras. “Estes pelouros estão a ser combinados e vão ser atribuídos a cada um dos vereadores”, sublinhou o edil, que adiantou ao JR as razões que levam à criação destes pelouros. Sobre a Criatividade Territorial, explicou que “hoje há consciência que devemos apostar nos sectores do turismo e cultura para reforçar a competitividade enquanto concelho”. A introdução da Inteligência Territorial é devida “às novas redes em que a própria Europa está a apostar. Por exemplo, o acesso a obter e fornecer informação, ou as redes inteligentes de fornecimento de energia”. A Regeneração Urbana significa “dar funções novas a determinados espaços urbanos”. No Pacto dos Autarcas, o edil de Cascais quer “implementar boas estratégias ao nível energético no concelho”. A Mobilidade visa “no seu todo os transportes públicos, a bilhética, o estacionamento que vai passar a ser da responsabilidade da autarquia e não da Gisparques, não visando o lucro para a Câmara, mas para dar apoio, por exemplo, ao negócio de proximidade”. Carlos Carreiras explica que a Acessibilidade para Todos quer “proporcionar um ambiente urbano mais amigo dos cidadãos, com prioridade para os deficientes motores e visuais”. Na Cidadania e Democracia Participativa, “queremos fomentar a cidadania nos nossos munícipes, na gestão do município e que estejam mais presentes nas decisões do município”. Com a Empregabilidade e Atracção de Investimento, “queremos ter políticas assertivas nesta matéria” e, por seu turno, Motivação e Coesão Organizacional “é um pelouro mais virado para dentro da Câmara e que visa aumentar a nossa prestação de serviço”.

Forum Sintra cria 3300 postos de trabalho

Ver edição completa Centro comercial abre a 11 de Abril e representa um investimento de 170 milhões Na passada semana, no Palácio Valenças, o semblante de Fernando Seara, presidente da Câmara Municipal de Sintra, estava luzidio. Não é para menos. Na apresentação da Bolsa de Emprego do Forum Sintra, o centro comercial que abre as suas portas no dia 11 de Abril, em Rio de Mouro, Fernando Seara agradeceu à promotora e gestora – a Multi Development Portugal e a Multi Mall Management Portugal – do grande empreendimento (um investimento global de 170 milhões de euros) “o risco assumido em algo que sempre necessitámos ter”, elogiando “o afecto empresarial, a parceria estratégica que merece ser reconhecida”, e explicando que o Grupo Multi “envolveu-se com Sintra”. Também satisfeito estava Filipe Santos, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro, que destaca no promotor “uma visão social bastante abrangente e um parceiro muito útil para a Junta de Freguesia. A Multi é uma empresa de excelência”. Uma evidente sintonia nas relações que se deseja para tão ambicioso projecto: abrir “o melhor centro comercial da Europa” no concelho de Sintra. Melhor ainda “é que se passou do sonho à realidade”, regozija- se António Matias Lopes, ‘managing’ director da Multi Mall Management para o Sul da Europa. A criação de riqueza (170 milhões investidos num equipamento concelhio) e de emprego (3300 novos postos de trabalho) mostra, garante Seara, “que os sintrenses ganham sempre que lutam, esta obra prova que o concelho continua a ser atraente para o investimento”. Já Matias Lopes realça que “só em conjunto e com transparência se conseguem fazer obras desta dimensão, com apoio global aos lojistas e prestadores de serviços.” Com a criação da Bolsa de Emprego do Forum Sintra, apoiada pela autarquia, à qual podem candidatar-se os interessados num posto de trabalho numa das 182 novas lojas, pretende-se apoiar os lojistas e preencher os cerca de 3300 postos de trabalho, constituindo-se as várias equipas que vão assegurar o funcionamento dos estabelecimentos. Os interessados podem inscrever-se ‘online’, no portal www.multi-mallmanagement.pt, ou no posto de candidaturas, no Palácio Valenças, onde funciona um quiosque para este efeito. A administração do Forum Sintra dará aos lojistas rápido acesso às candidaturas à Bolsa de Emprego para recrutamento e formação dos futuros colaboradores. Com esta iniciativa social, apoia-se sobretudo a região – a criação de emprego melhora a qualidade de vida da população. O Forum Sintra resulta da expansão e remodelação das instalações do Feira Nova, em Rio de Mouro. Oferece 55 mil m2 de área comercial e será o novo pólo de atracção para as gentes de Sintra e municípios limítrofes. Junto à confluência do IC19 com a A16, é um local privilegiado com boas acessibilidades e uma área de influência de 621 mil habitantes. O equipamento (95% comercializado) dispõe de 182 lojas em três pisos, hipermercado Pingo Doce, praça de alimentação com 20 restaurantes e sete salas de cinema Castello Lopes. Possui, também, 2520 lugares de estacionamento subterrâneo e 130 à superfície. Segue padrões de alta qualidade, associada a marcas como a Worten, Zara, Primark, H&M, Sportzone, C&A, NewYorker e Modalfa. Sublinhe-se que também marcam presença no Forum Sintra os comerciantes locais, em cerca de 20 lojas, com marcas próprias e franchisadas.

Suplemento "Preços Baixos"

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Já todos sentimos os efeitos da crise económica. Porém, há opções e alternativas capazes de atenuar as limitações impostas ao poder de compra dos portugueses. São cada vez mais as propostas de ‘low cost’ patrocinadas pelas maiores cadeias de retalho, muitas das quais podem resultar em poupança efectiva. Neste suplemento falamos-lhe de uma opção cada vez mais seguida pelos portugueses: o recurso a produtos de "marca própria" ou "marca branca", quase sempre de qualidade similar aos outros, mas com preços muito mais em conta. Segundo testes feitos pela DECO, numa ida ao supermercado é possível poupar entre 30 a 50 por cento se a escolha residir nas "marcas brancas". Há, também, lojas especializadas em preços baixos, algumas das quais marcam presença neste destacável. Até nos automóveis há possibilidades de escolher marcas com modelos de baixo custo, como a Dacia, por exemplo, que tem no Duster o carro da moda em vários países do continente europeu, entre os quais o nosso. Mas há outras formas de poupar. Por exemplo, no combustível, o recurso a um posto de abastecimento ligado a uma cadeira de hipermercados ou independente das petrolíferas tradicionais pode resultar numa poupança de cinco a dez euros por depósito. Já agora, fique a saber que também nos restaurantes, o conceito ‘low cost’ começa a ganhar adeptos, sendo cada vez mais os menus adequados à "bolsa" dos clientes. Tal obriga a muita imaginação, menos lucro por cliente, mas resultados globais favoráveis às duas partes (comerciante e consumidor). Já agora, é bom lembrar que em tempo de crise há outra ferramenta essencial para cativar clientela e reforçar as vendas: a aposta na publicidade. Um investimento certo que tem no Jornal da Região uma garantia absoluta do retorno esperado. Bons negócios e boas compras!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Apoio ao empreendedorismo dá frutos

Ver edição completa Jovem empresário inaugura primeira loja apoiada pelo projecto Amadora Empreende Márcio Teles foi o primeiro empresário a abrir o seu próprio espaço comercial, através do programa lançado pela Câmara Municipal da Amadora (CMA)em2008, com o objectivo de ajudar jovens e grupos minoritários a criar o seu próprio negócio. A empresa “Soluções Eficientes”, a funcionar numa loja cedida pela autarquia, no âmbito do projecto Amadora Empreende, no bairro de realojamento do Casal do Silva (Falagueira), pretende atingir as 160 mil vendas por ano. A abertura da loja é o fim da primeira etapa na vida de Márcio Teles como empresário. Apesar da sua carreira como electricista ter começado ainda no Brasil, de onde é natural, foi na Amadora 25 anos depois que o seu projecto de empreendedorismo ganhou uma maior “robustez”, de acordo com empresário. A loja, com 87 metros quadrados, abriu com cinco postos de trabalho e oferece todos os serviços relacionados com electricidade, energia solar e telecomunicações. Mas Márcio Teles destaca ainda que “mesmo que a loja não disponha de alguns serviços próprios, como arranjar estores ou colocá-los, será feita uma parceria com outras empresas para que os clientes não necessitem de se deslocar a qualquer outro local”. O facto da loja ficar situada num bairro social não apresenta qualquer constrangimento para o empresário. “Apesar de só agora ter uma loja aberta ao público, eu já trabalho na área há muitos anos e já possuo uma vasta carteira de clientes, mas também este é o tipo de negócio que não necessita de uma boa localização, por isso, vamos apostar também na divulgação e só nesta primeira semana distribuiremos 80 mil panfletos à população”, adiantou Márcio Teles na quarta-feira, dia 16 de Fevereiro, no decorrer da inauguração do seu estabelecimento. Este foi o primeiro espaço cedido pela autarquia no âmbito do Amadora Empreende. “Neste momento estão a decorrer obras em quatro lojas, no Casal da Mira, que também serão cedidas a projectos empreendedores vencedores da primeira edição deste programa”, adianta Ana Moreno da Divisão de Intervenção Social da CMA. Depois da apresentação das candidaturas é feita uma selecção dos projectos mais consistentes. Os seus proponentes integram depois uma equipa que irá frequentar uma formação. O projecto é levado a cabo pela autarquia, em parceria com o ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), com o apoio da fundação Gulbenkian e do Dolce Vita Tejo. A terceira edição irá ter também a colaboração da Empresa Municipal Escola Intercultural das Profissões e do Desporto que se dedica à formação. O projecto Amadora Empreende, lançado pela autarquia em 2008, já vai na sua terceira edição. Divide-se no projecto Quick destinado a jovens, entre os 18 e os 30 anos, e no programa “Quem não arrisca não Petisca”, destinado a população minoritária e muitas vezes excluída do mercado trabalho, como emigrantes, ex-presidiários e mulheres. Na 1.ª edição do projecto Amadora Empreende foram criadas 25 empresas e atribuídas cinco lojas. Os próximos projectos serão apresentados em Março. Segundo Ana Moreno, a CMA vai continuar a apostar neste projecto porque "tem tido muita procura". "Tratando- se de uma época de crise, esta é uma forma de incentivar o empreendedorismo no concelho", acrescenta.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Reforço nos cuidados continuados

Ver edição completa Amigos do HGO criam mais 60 camas em Almada Daqui por dez meses, o concelho Almada vai contar com uma segunda Unidade de Cuidados Integrados Continuados. Trata-se de um equipamento promovido pela Liga de Amigos do Hospital Garcia de Orta (LAHGO), com 60 camas, que irá reforçar a rede de saúde da Área Metropolitana de Lisboa onde existe “grande carência em apoios de cuidados continuados”, afirma a ministra da Saúde, Ana Jorge, que esteve presente no acto de lançamento da primeira pedra da construção desta unidade. Este equipamento, no Laranjeiro, terá ainda 60 camas na valência de lar para a terceira idade e para além de servir a população de Almada irá “receber utentes dos concelhos limítrofes e de outros locais”, referiu Ana Jorge. A ministra vê nesta unidade uma ajuda na resposta do Hospital Garcia de Orta (HGO), que serve actualmente cerca de 400 mil habitantes. “Muitas vezes as pessoas não precisam de permanecer num hospital de agudos, podendo recuperar em unidades desta natureza”. Para além de libertar camas no HGO, contribuindo assim para a redução do tempo de espera para cirurgias, esta unidade permite reduzir os custos do Estado na saúde. Diz Fernando Neves, presidente da LAHGO, que “um doente no hospital custa 325 euros por dia, enquanto numa unidade como esta custa 75 euros por dia”. Por isso, a ministra admite que estes equipamentos “são melhores para as pessoas e ajudam na gestão em saúde”. Representando um investimento de 10 milhões de euros, a Unidade de Cuidados Integrados Continuados da LAHGO foi comparticipada em 750 mil euros pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo através do programa Modelar 2, que envolve os ministérios da Saúde e do Trabalho e Solidariedade Social. Por sua vez, a Câmara de Almada comparticipou com a doação do terreno, valorizado em 2 milhões de euros, e mais 250 mil euros. “Sem dúvida que a autarquia comparticipou mais que o Estado”, afirma Fernando Neves, lamentando as dificuldades financeiras que levaram a que este projecto demorasse quase 15 anos até chegar ao terreno. “A dificuldade de financiamento obrigou o projecto a parar quatro anos”, diz o presidente da LAHGO. É que a banca não reconhecia viabilidade à Liga para assegurar resposta ao empréstimo, uma vez que estas instituições podem ser extintas facilmente. “A banca exigiu que alguém garantisse o empréstimo caso a associação fosse extinta”. E o processo só andou quando Fernando Neves aceitou ser “o avalista do financiamento”, em “substituição das entidades oficiais”. E acrescenta: “Não devia ter sido eu. O Estado e o hospital são os grandes beneficiados com a resolução de problemas que esta unidade permite”. Também a presidente da Câmara de Almada alegou que o Estado “tem obrigação de acompanhar de perto os projectos do movimento associativo”, tal como a Câmara de Almada “fez o que devia ter sido feito”. Contudo, Maria Emília de Sousa reconheceu que com a Ministra da Saúde “o acompanhamento tem sido fácil”. E no final da cerimónia a edil aproveitou para relembrar Ana Jorge do que ainda precisa de ser feito no concelho em saúde. Sem revelar por completo as palavras que trocou com a ministra, Maria Emília de Sousa admitiu ao Jornal da Região que falou com Ana Jorge sobre a necessidade de se construir o Centro de Saúde do Feijó que, para além de resolver carências nesta freguesia, resolve o problema do centro de saúde do Laranjeiro. Na breve troca de palavras, a edil abordou ainda a construção da Casa dos Pescadores na Costa da Caparica.

REABILITAÇÃO URBANA Habitação Jovem nos centros históricos

Ver edição completa Câmara já adquiriu vinte imóveis degradados Casas de banho pouco maiores do que uma cabina telefónica, juntando sanitários e chuveiro, ou varandas com uma pia a um canto, são sintomas claros de habitações feitas à medida do proverbial desenrascanço lusitano. Felizmente, imagens como estas fazem cada vez mais parte do passado, mormente em Oeiras, como o comprovam as obras de recuperação em curso num imóvel adquirido pela Câmara no Dafundo, junto à Marginal, e que serão estendidas a mais outros três edifícios degradados situados na mesma zona e igualmente comprados pela edilidade para reabilitação. Dois dos referidos imóveis (num total de oito fogos) estão destinados a realojar famílias que ali residiam e que saíram para outras casas camarárias de forma a possibilitar o avanço das obras, enquanto os dois restantes imóveis (16 fogos) serão vocacionados para acolher moradores jovens. “Esta política permite-nos manter as famílias idosas que vivem nos centros históricos em melhores condições e ao mesmo tempo rejuvenescer esses mesmos centros facilitando o acesso de juventude a essas casas”, destacou o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, após a visita de trabalho ali efectuada recentemente. Segundo adiantou o edil, no total, as obras já em curso e a efectuar naqueles quatro prédios, para atingir 24 fogos remodelados, implicam um investimento “para cima de 1,5 milhões de euros”. Esta é, no entanto, apenas uma parte do programa camarário de Habitação Jovem nos Centros Históricos, por sua vez, integrado no plano estratégico Habitar Oeiras. Na verdade, a componente especialmente dedicada a rejuvenescer o tecido social nas zonas mais antigas do concelho prevê um investimento de 15 milhões de euros nos próximos cinco anos. O objectivo é cumprir a meta de 300 fogos até 2015. Segundo dados avançados pela autarquia a propósito da referida visita às obras em curso na zona da Cruz Quebrada-Dafundo, até ao momento, a Câmara já adquiriu 20 imóveis no âmbito do programa Habitação Jovem nos Centros Históricos, o que corresponde, sensivelmente, a metade do objectivo traçado, ou seja, 150 fogos. Da vintena de edifícios, já foram recuperados três (num investimento de cerca de 5,5 milhões de euros). Situados em Oeiras e em Paço de Arcos, estes três imóveis deram lugar a oito fogos que hoje em dia estão habitados por jovens, com rendas controladas entre os preços sociais e os de mercado, ou seja, cerca de 300 euros mensais. Dos restantes 17 edifícios já adquiridos, 16 encontram- se em fase de projecto e um está em obras (o que foi alvo de visita no Dafundo). Durante este ano, a Câmara de Oeiras pretende concretizar a aquisição de mais dois imóveis degradados, desta feita no casco histórico de Carnaxide, além de avançar com os trabalhos de reabilitação já programados.